Autor de chacina que matou cinco é identificado, mas continua foragido

Crime aconteceu na quarta-feira (26), no município de Maiquinique, no Centro-Sul da Bahia, e polícia aponta relação com tráfico de drogas

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  • Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2017 às 18:04

- Atualizado há um ano

Edson Valdir Souza Silva continua foragido(Foto: Divulgação)Continua foragido Edson Valdir Souza Silva - conhecido como Valdir -, o homem apontado pela polícia como sendo o autor de um quíntuplo homicídio na cidade de Maiquinique, no Centro-Sul da Bahia. O crime aconteceu na última quarta-feira (26). Valdir é de uma quadrilha que age na região e apontado como braço-direito da traficante Jasiane Silva Teixeira, a Dona Maria, dama de Copas do Baralho do Crime da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA). Ele conseguiu escapar de um cerco policial durante uma operação comandada pela 21ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin), com sede em Itapetinga.

Segundo o delegado Roberto Júnior, coordenador regional, as investigações revelaram que as cinco mortes foram motivadas pela disputa do comércio de drogas na cidade, localizada a 580 quilômetros de Salvador. Ainda de acordo com o delegado, as vítimas teriam vendido os pontos de comercialização de drogas para a quadrilha de Valdir, mas descumpriram com o acordo e permaneceram no comando dos pontos. Até o momento, ninguém foi preso e o caso está sendo investigado pela Coorpin e pela Delegacia Territorial (DT) de Maiquinique.

Na manhã de sexta-feira (28), uma operação foi deflagrada para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão na fazenda de Valdir, localizada no município de Jordânia, em Minas Gerais (MG), que estaria sendo utilizada como esconderijo da quadrilha. Um dos integrantes, conhecido como Gudan, chegou a entrar em confronto com a Polícia Militar e acabou morrendo no local. Outros dois criminosos, Maicon Campos Oliveira, conhecido como Maiquinho, e Uathila Silva Santos, o Sapinho, conseguiram fugir.

ChacinaOs cinco homicídios aconteceram no povoado de Córrego da Lama, zona rural de Maiquinique, na quarta-feira (26). As vítimas encontravam-se em uma fazenda da região, quando um grupo armado chegou e atirou. Segundo informações da Polícia Civil, quando a guarnição chegou no local, encontrou um botijão de gás e cápsulas de vários calibres.

Três mortos foram identificados pela polícia e todos têm suspeita de relação com o tráfico de drogas, sendo que um deles já tinha sido preso por porte de arma no dia 20 de junho, em uma operação policial contra o tráfico, e solto após pagamento de fiança. Os corpos de Marcos Cabral Almeida, 26 anos, e Jorge Costa Bonfim, 21, estavam carbonizados. Outro corpo com marcas de tiros foi identificado como Jardel Pereira dos Santos, 23 e outros dois corpos, também com marcas de tiros, ainda estão sem identificação. Até o momento, ninguém foi preso.

MedoProfessora de uma creche da região, Patrícia Oliveira, 25 anos, contou que ficou sabendo do ocorrido enquanto dava aula. “Como aqui é uma cidade muito pequena, a notícia se espalha muito rápido. Não conhecia nenhum dos envolvidos, mas a gente fica com pena da família, né? A cidade toda fica muito solidária, porque somos muito poucos”, lamentou Patrícia.

Segundo a professora, é muito difícil acontecer esse tipo de crime na cidade. “A cidade é muito pequena, então não tem essa violência. Quando acontece, todo muito fica chocado. A gente fica com medo, né? Procura tomar mais cuidado que o normal: deixa o portão fechado, com cadeado... Trabalho numa creche, com crianças, então a gente fica preocupada”, revela.Uma funcionária da Pousada Aconchego, que preferiu não se identificar, também ficou assustada com o crime. “Como a cidade é pequenininha, todo mundo se conhece e fica sabendo logo do que aconteceu. Mas isso não é comum aqui, então todo mundo fica chocado. Muito triste...”, disse. Já um rapaz de um mercado da região, com medo de retaliação, se limitou a dizer: “Prefiro não falar nada não, viu. Não quero dar opinião”.