Autores levam mensagens de esperança ao segundo dia de Flica

Margarita Garcia Robayo, Silviano Santiago e Ryane Leão foram os destaques do dia

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  • Da Redação

Publicado em 12 de outubro de 2018 às 22:57

- Atualizado há um ano

. Crédito: Ricardo Prado/Divulgação

A poeta Ryane Leão, conhecida pelo ativismo em defesa dos direitos das mulheres negras foi um dos destaques do segundo dia da Flica, nesta sexta-feira (12). Ela foi recebida com gritos e aplausos pelo público na mesa Sobre Corpos que Brilham e Tudo que Queimam, mediada pela jornalista Vania Dias e levou ao público feminino que compareceu ao Claustro do Convento do Carmo uma mensagem de esperança.

“Está tudo muito caótico. Pra mim o que interessa é transformação e esperança. Vamos à luta real. A luta difícil e crua, que faz sangrar. Essa luta envolve todo mundo. Ainda tem jeito.”, pontuou Ryane, que classifica a sua escrita como transformadora. “Conhecer o feminino negro brasileiro me fez entender qual o meu papel aqui. Uma mulher negra que fala é invencível”, disse.

Acompanhe a cobertura completa da Flica 2018

Em sua palestra, ela falou muito sobre resistência e luta. Disse, também que a literatura salvou sua vida: "Literalmente. Eu já pensei em desistir de um modo muito mais difícil. Graças à literatura e a Oyiá [Iansã] que eu ainda estou aqui. Não basta escrever a dor pela dor, ela não me interessa. Eu preciso escrever uma coisa que doa, mas que cure também".

O encontro também contou com a participação da autora Margarita Garcia Robayom, que está no Brasil pela primeira vez. Radicada na Argentina, a escritora tem um trabalho de destaque e já ganhou o prestigiado prêmio Casa de las Américas, em 2014 pelo livro de contos Cosas Peores. "O vínculo com o feminino fez uma mudança na minha vida. E, com as redes sociais, a grande mudança é que nós estamos fazendo um tipo de literatura que temos que nos colocar no lugar onde podemos ter vários retornos. Esse é o lugar que nós temos várias respostas, o que é bastante enriquecedor”, destacou. Assista ao bate-papo completo.

O autor mineiro Silviano Santiago também passou pela Flica neste segundo dia de evento, ao lado do escritor Marcus Vinícius Rodrigues, na mesa que discutiu "A feroz inquietude da escrita". Os autores colocaram no centro do diálogo música, arte, política e literatura. "Não somos todos iguais. Nós somos diferentes. Nós somos capazes de lutar pela igualdade e vamos lutar. Não necessariamente através de conflitos", disse o autor Silviano Santiago. A capacidade de articular as diferenças é que nos farão brasileiros', finalizou.

A Flica tem o patrocínio máster do BNDES e do Governo do Estado, e conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Cachoeira e da Caixa, e realização Cali, Icontent, Ministério da Cultura e Governo Federal.

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