Aviação regional deve se recuperar antes da convencional, avalia executivo do setor

Assunto foi discutido em mais uma live Aerotalks, do Salvador Bahia Airport   

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  • Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2020 às 11:45

- Atualizado há um ano

. Crédito: Will Recarey/Divulgação

A aviação regional deve se recuperar mais rapidamente que a tradicional, na avaliação de Marc Gordien, diretor comercial do Salvador Bahia Airport, que participou na terça-feira (17) da live Aerotalks sobre o tema. Gordien aponta que a aviação regional foi menos impactada pela reduçaõ de viagens corporativas e pelo fechamento das fronteiras. Ele disse que também que há uma tendência de que a malha aérea do país seja reconfigurada, com viagens para cidades menores tendo maior participação no mercado.

Gordien acredita que os voos regionais ainda podem crescer mais e as rodas podem até triplicar no Brasil, um país com dimensões continentais. “Tem um potencial importante, há demanda de passageiros”, avalia. 

Desde julho, por exemplo, a Gol tem comercializados voos da Voepass a partir do aeroporto de Salvador, com rotas para destinos de menor demanda, como Aracaju, Maceió, Conquista e Barreiras. Em outrubro, Ribeirão Preto foi incluída.

“A gente identificou um potencial grande nessa pandemia. Alguns mercados que antes eram atendidos pelos aviões de maior porte diminuíram porque os passageiros de negócios ainda não voltaram. Então, conseguimos desenvolver parcerias para colocar em operação aeronaves de menor porte”, apontou o CEO da Voepass, Eduardo Busch. “Acreditamos muito nesse modelo da aviação regional trabalhando abaixo de estruturas das empresas troncais, fazendo uma capilaridade dessas cidades menores para os hubs”, acrescentou.

Diretor de vendas da Abaeté Avaiação, Tiago Tosto também falou no evento. A empresa vai retomar em breve as atividades, com início da rota Salvador x Morro de São Paulo. Para ele, os destinos turísticos são a melhor opção para a aviação subregional, que tem aviões com até 17 lugares. Com fronteiras fechadas em muitos países, os brasileiros têm feito mais viagens domésticas. 

“Vamos focar mais nos destinos turísticos, que tem mais demanda no curto prazo. Estamos oferecendo não só o transporte, mas a experiência de serviço. Você entra no avião e já está de férias”, diz Tosto. 

Recuperação A aviação doméstica tem tido números que indicam o crescimento.Para Carlos Eduardo Prado, Secretário Nacional de Aviação Civil Substituto, a expectativa é de que, em fevereiro do ano que vem, as viagens aéreas dentro do Brasil alcancem os mesmos números de 2019. Para ele, esse é um fruto da força do mercado interno e das medidas lançadas pelo Governo Federal durante a pandemia, como o Voo Simples, programa que visa desburocratizar a aviação civil.   

“Há mudanças regulatórias que dão mais facilidades para que diferentes modelos de negócios possam acontecer. No caso da aviação regional, já temos para cidades médias com aeronaves maiores e estamos vendo um movimento para cidades bem pequenas que em 2018 e 2019 não conseguiam atender. E a gente percebe que são justamente esses novos modelos que conseguem atender a essa demanda”, disse Prado, acrescentando que os investimentos federais em aeroportos e aeródromos no interior do país também tem contribuído para o crescimento da aviação regional.