Bahia: estimativa da safra de grãos tem queda de 16,7% em 2019

Produção baiana de mandioca deve voltar a crescer em 2019 (+21,6%) após ter recuado em 2018

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  • Da Redação

Publicado em 12 de fevereiro de 2019 às 10:49

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva/ Arquivo CORREIO

A primeira estimativa para a safra baiana de cereais, leguminosas e oleaginosas (também conhecidos como grãos) em 2019 totalizou, em janeiro, 7.766.825 toneladas, que representa uma queda de 16,7% em relação à safra recorde de 2018 (9.323.119 toneladas). Os dados foram divulgados nesta terça-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

De acordo com o IBGE, a área a ser colhida com grãos em 2019, no estado, estimada em 3.081.505 hectares (ha), deverá ser um pouco maior (+1,6%) que a de 2018 (3.033.505 ha), indicando redução no rendimento médio. A previsão é de queda de produtividade em culturas importantes na Bahia, como a soja (-22,8%, de 3.903 kg/ha para 3.015 kg/ha); o algodão herbáceo (-22,0%, de 4.672 kg/ha para 3.644 kg/ha); e o milho (-4,5%, de 3.262 kg/ha para 3.114 kg/ha).

Para o Brasil como um todo, a estimativa de janeiro para a safra de grãos 2019 é de 230,7 milhões de toneladas, 1,9% acima da colhida em 2018, com uma área a ser colhida de 62,1 milhões de hectares, 2,0% maior que a do ano anterior.

As informações são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), realizado mensalmente pelo IBGE. O grupo de cereais, leguminosas e oleaginosas (grãos) engloba os seguintes produtos: arroz, milho, aveia, centeio, cevada, sorgo, trigo, triticale, amendoim, feijão, caroço de algodão, mamona, soja e girassol.

A partir das informações desta primeira estimativa, a Bahia deve perder participação na produção nacional de grãos, de 4,1% em 2018 para 3,4% em 2019, caindo uma posição entre os estados, da 7ª para a 8ª maior contribuição, sendo superada por São Paulo. Mato Grosso deverá continuar na liderança da produção nacional de grãos neste ano, respondendo por 26,2% do total, seguido, mais uma vez, por Paraná (16,0%) e Rio Grande do Sul (14,8%).  

Das 26 safras de produtos investigadas pelo LSPA na Bahia, 8 deverão ser maiores em 2019 do que em 2018, segundo a primeira estimativa do ano.

As produções com previsão de maior crescimento, em termos absolutos, no estado são as de cana-de-açúcar (+900.000 toneladas ou +19,23%), mandioca (+329.925 toneladas ou +21,60%) e milho 2ª Safra (+272.040 toneladas ou +573,92%).

Por outro lado, grãos importantes lideram, nesta primeira estimativa, as quedas absolutas de produção: soja (-1.300.800 toneladas ou -20,83%), milho 1ª safra (-425.340 toneladas ou -21,66%) e algodão (-183.576 toneladas ou -14,71%).

A primeira estimativa para a safra de soja na Bahia, em 2019, ficou em 4,9 milhões de toneladas, indicando uma queda de 20,8% (-1,3 milhão de toneladas) em relação à produção recorde de 2018 (6,2 milhões de toneladas).

É a maior redução percentual entre os estados produtores, resultado de uma estimativa de rendimento médio 22,8% menor que o verificado no ano passado: 3.015 kg/ha em 2019 frente a 3.903 kg/ha em 2018.

Soja No país como um todo, a estimativa da produção de soja em 2019 é de 114,7 milhões de toneladas e está 2,6% abaixo da safra de 2018 (117,8 milhões toneladas), redução que também deve ser consequência de uma queda (-4,6%) no rendimento médio (de 3.378 kg/ha para 3.224 kg/ha).

Os problemas climáticos na atual safra têm se mostrado, em geral, mais intensos que em 2018, com falta de chuvas em algumas regiões produtoras. As lavouras plantadas antecipadamente sofreram mais, tendo a seca ocorrido nas fases mais sensíveis, como o florescimento e o preenchimento dos grãos. As lavouras plantadas mais tardiamente parecem ter suportado melhor o período seco. Por isso, apenas com o término da colheita, pode-se ter segurança quanto à extensão das perdas de produtividade da soja em decorrência do clima.

Apesar do aumento previsto de 9,4% na área colhida (de 267,2 mil para 292,2 mil hectares), a safra baiana de algodão deve ficar, em 2019, 14,7% menor que a de 2018, totalizando 1.064.578 toneladas, frente a 1.248.154 toneladas no ano passado.

Assim como ocorre com a soja, a estimativa de queda é resultado de uma previsão de redução (-22,0%) no rendimento médio do produto.

Mesmo com a queda da produção no estado, a estimativa, em janeiro, para a safra brasileira de algodão em 2019 é de 5,4 milhões de toneladas, 8,9% superior à de 2018 (cerca de 4,9 milhões de toneladas) e um recorde na série histórica.

Preços compensadores para 2019 e resultados positivos das lavouras em 2018 foram fatores que estimularam o aumento dos investimentos nas lavouras de algodão no país como um todo, sobretudo em Mato Grosso, maior estado produtor, onde a estimativa é colher 3,7 milhões de toneladas de algodão neste ano, 17,6% mais que no ano passado.

Após ter recuado 26,5% e ficado em cerca de 1,5 milhão de toneladas em 2018, a produção de mandioca deve voltar a crescer na Bahia, em 2019, chegando a cerca de 1,9 milhão de toneladas, 21,6% superior à do ano anterior.

A estimativa é que o aumento se dê pelo maior rendimento médio da cultura, que, em 2019, deve ficar 21,6% superior, chegando a 10.894 kg/ha, frente a 8.959 kg/ha em 2018.

Ainda assim, a produção de mandioca no estado não deverá chegar ao patamar de 2017, quando a safra foi de 2,1 milhões de toneladas, e ainda estará muito distante do que já foi há cerca de dez anos, quando atingiu 4,7 milhões de toneladas (em 2007).

Nacionalmente, a estimativa da produção de mandioca é de 20,2 milhões de toneladas em 2019, aumento de 4,2% em relação a 2018.