Baiano de Vitória da Conquista confessa esquema de roubo de identidade nos Estados Unidos

Os dados, obtidos na DarkNet, eram vendidos para motoristas que não preenchiam os pré-requisitos para desempenhar a atividade nos Estados Unidos

  • D
  • Da Redação

Publicado em 3 de fevereiro de 2022 às 20:48

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

O baiano, natural da cidade de Vitória da Conquista, Wemerson Dutra Aguiar, admitiu, ao Tribunal Federal de Boston, nos Estados Unidos, integrar um esquema fraude eletrônica e roubo de identidade.  De acordo com as investigações, Aguiar, apontado como um dos mentores do esquema, negociou em média 2 mil identidades roubadas, utilizadas para abrir contas fraudulentas em aplicativos de entrega e transporte. 

Os dados, obtidos na DarkNet , conforme depoimento do acusado no último dia 20, eram vendidos para motoristas que não preenchiam os pré-requisitos para desempenhar a atividade nos Estados Unidos, geralmente brasileiros.  Caso seja condenado, Aguiar pode pegar pena de até 20 anos de prisão, três anos de liberdade condicional e uma multa de US$ 250 mil (equivalente a R$ 1,3 milhão). Ele e outros 15 brasileiros chegaram a ser presos em junho de 2021. 

Reportagem do Braziliam Times revelou que, além de roubar as identidades, abrir conta com documento falso, os suspeitos usavam "bots", que é aplicativo de software que executa tarefas automatizadas. Desta forma, eles exploravam programas de bônus das empresas e tecnologia de falsificação de GPS, fazendo com que os motoristas ganhassem bem mais nas corridas.

O esquema foi descoberto em abril do ano passado, quando a receita federal dos Estados Unidos devolveu várias declarações de imposto cujas informações não batiam com os ganhos detectados pela agência. 

Foram encontradas no celular de Aguiar, apreendido com autorização judicial, diversas provas, tais como fotos dele alteradas digitalmente, usada em pelo menos nove contas de motoristas.

Após vasculha o aparelho, os investigadores identificaram mais de 180 contas criadas pelo brasileiro em apenas um aplicativo. A investigação também aponta que Aguiar participava de centenas de grupos de WhastApp, todos em português, nos quais divulgava seus serviços de aluguel das contas fraudulentas.

O baiano recebia os pagamentos por meio de diversos bancos, utilizando as identidades roubadas dos norte-americanos que eram cadastradas nas empresas de aplicativo.

Os documentos negociados pela quadrilha também permitiam que os compradores escapassem das verificações de antecedentes criminais exigidas pelas empresas de compartilhamento de carona e entrega.

Além de Aguiar, um outro acusado também se declarou culpado. O juiz sênior do Tribunal Distrital dos EUA, Mark L. Wolf, agendou a divulgação da sentença para 10 de maio deste ano.