Banda Didá protesta contra violência obstétrica e homenageia Santa Dulce dos Pobres

Conhecido pelo ativismo sobre questões femininas, grupo percorreu o circuito Osmar neste sábado

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  • Da Redação

Publicado em 22 de fevereiro de 2020 às 17:34

- Atualizado há um ano

. Crédito: Marina Hortélio/CORREIO

Uma ala em protesto contra a violência obstétrica, uma seção com mulheres trans e uma homenagem a Iemanjá compuseram o desfile da Banda Didá, conhecida por sua luta feminista. Neste ano, o desfile da Didá teve como tema a mãe natureza, caracterizada como guerreira e mulher.

As foliãs, como a dona de casa Marilucia Compte, curtem as músicas com temas feministas. Marilucia dançou ao som da percussão. “Eu amo a Didá porque são mulheres que falam sobre e para as mulheres. Eu gosto de todas as músicas”, afirmou.

O desfile tem essa preocupação de tratar de temas femininos que precisam ser expostos e discutidos, ressaltou a professora de dança e coreógrafa Marilza Oliveira:"Este ano a Didá vai falar da mulher, da força e pensando nas discussões atuais sobre transfobia, feminismo negro, a diversidade de mulheres e questões ecológicas”, afirmou.Cada ala foi coreografada para conseguir tratar das questões femininas e mostrar que é possível alinhar a folia à militância. Logo atrás do trio, cama de hospital com rodinhas remetiam a uma sala de parto. As dançarinas se revezavam entre os papéis de pacientes e médicas.“A violência cirúrgica é tão pouco discutida e muitas mulheres, em especial as negras, são mortas e violentadas durante o parto”, contou a coreógrafa.Logo após a ala contra a violência obstétrica, Santa Dulce dos Pobres foi homenageada pela banda. Uma atriz estava vestida da santa baiana. Um estandarte apresentava o anjo bom da Bahia como uma heroína da compaixão. Atriz se vestiu da santa baiana no desfile da banda Didá (Marina Hortélio/CORREIO) Esta também foi a primeira vez que o desfile da banda Didá teve uma ala com mulheres trans. Estandartes ainda traziam os nomes de Dandara dos Palmares, Luiza Mahin, Marielle Franco, Luiza Barros, Makota Valdina, Lélia Gonzalez, Rosa Parks e  Angela Davis.

A preocupação com a representatividade feminina é o que traz a estudante Núbia Maria, 23, para a avenida todos os anos, de onde prestigia a banda. “Eu me sinto representada e é um bloco só de mulher, isso me empodera”, contou a jovem.

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*Com orienteção do editor Wladmir Pinheiro