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Da Redação
Publicado em 11 de dezembro de 2020 às 14:54
- Atualizado há 2 anos
A iniciativa das Embaixadas Populares de Belarus foi lançada na quinta-feira (11), com unidades inauguradas no Brasil, Chile, Portugal, Grã-Bretanha, Alemanha, Irlanda, Espanha, Lituânia, Eslovênia, Ucrânia, Finlândia, França, Tchéquia, Bélgica e Suécia. >
As embaixadas são iniciativa da comunidade "Belarussos no Exterior", com apoio da Administração Popular Anti-Crise. A ideia é criar representações da Belarus democrática por todo mundo, diante da perda de legitimidade do governo atual, envolto em acusações de fraudes eleitorais, além de violações dos direitos humanos.>
As últimas eleições de Belarus, em agosto, levaram novamente ao poder Alexander Lukashenko, no comando desde 1994. Houve acusações de fraude por parte da comunidade internacional, com a União Europeia não reconhecendo o resultado, e a eclosão de protestos. "O Ministério das Relações Exteriores de Belarus e suas embaixadas que apoiam o governo ilegítimo perderam o direito de representar os interesses do povo belarusso no exterior", diz nota.>
A cerimônia de abertura contou com presença da líder da Belarus democrática Sviatlana Tsikhanouskaia, e de representantes do Presidium do Conselho de Coordenação, que agradeceram à comunidade pela posição ativa neste momento.>
"É um acontecimento muito importante para nós porque precisamos dar visibilidade ao terror que acontece no nosso país. Por isso, inclusive, é simbólico que a abertura das Embaixadas Populares foi no Dia Internacional dos Direitos Humanos, porque esses direitos estão sendo violados em Belarus. As pessoas são assassinadas, torturadas, encarceradas. Nenhuma morte está sendo investigada, a lei não funciona. E as Embaixadas oficiais estão mostrando que elas estão fieis ao ditador, não ao povo. Por isso precisamos agir", diz Volha Franco, belarussa radicada na Bahia que será uma das representantes da Embaixada Popular no país.>
Veja um vídeo em homenagem às vítimas da violência policial em Belarus:>
Leia o texto da Declaração das Embaixadas Populares:>
Nós, povo belarusso no Exterior, >
• não reconhecemos como legítimas as eleições que aconteceram em Belarus no dia 9 de agosto de 2020, assim como não reconhecemos Aliaksandr Lukachenka como presidente eleito, com base nos resultados das sondagens internacionais e na observação independente em Belarus, no relatório da OSCE sobre falsificações, no não reconhecimento oficial dos resultados eleitorais pelos governos dos países da UE, EUA, Canadá, etc.>
• condenamos as repressões em grande escala contra civis com o objetivo de reter ilegalmente o poder e apoiamos as reivindicações da sociedade de Belarus: libertação de todas as pessoas detidas ilegalmente, cessação da violência e punição dos culpados e realização de novas eleições.>
• declaramos que o Conselho Consultivo dos belarussos no exterior, o Ministério das Relações Exteriores de Belarus e as embaixadas não têm legitimidade democrática para representar os interesses de Belarus e da diáspora.>
Anunciamos a criação de embaixadas populares para proteger os direitos e interesses dos cidadãos belarussos no exterior bem como para representar os interesses da Belarus democrática.>
A decisão de criar Embaixada Popular é tomada por representantes da diáspora belarussa com base na resolução do Congresso Mundial de Belarussos e apoiada pela Líder Nacional Sviatlana Tsikhanouskaia e pela Administração Popular Anti-Crise.>