Blockchain: uma nova revolução

Tecnologia vai impactar tanto quanto a internet em seu começo

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  • Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2017 às 22:56

- Atualizado há um ano

. Crédito: Betto Jr./CORREIO

Uma nova revolução no modo de agir e pensar da sociedade atual está surgindo. Especialistas e usuários do blockchain – encadeamento de blocos, em inglês - comparam o impacto dessa tecnologia à transformação que a internet realizou na vida das pessoas. Para eles, o sistema será responsável por alterar a forma com que pensamos economia, política, justiça, governo, entre outras áreas.

O pensamento é compartilhado pelo representante da Blockchain Research Institute, Carl Amorim, que falou sobre o tema no Fórum Agenda Bahia, na quarta-feira (27/9). “É um protocolo de transmissão de valores pela internet que funciona como um livro contábil, registrando as transações, mas sem precisar de um intermediário, como um banco, por exemplo”, explicou.

O sistema pode ser comparado a uma grande planilha que registra e armazena transações financeiras e documentos de forma criptografada. Cada linha da planilha funcionaria como um bloco, e informações básicas como origem, destino e valor são arquivadas.

A diferença é que essa planilha é compartilhada com todos os computadores conectados à rede do blockchain simultaneamente e que o armazenamento é realizado em blocos por um sistema quase que à prova de fraudes.

O mais conhecido blockchain é o que suporta as transações com a bitcoin, a moeda – virtual –que mais se valoriza no mundo. Mas existem vários outros.

Segurança

O sistema é apontado como “à prova de fraudes” porque para descriptografar e alterar uma sequência é preciso realizá-la em menos de 10 minutos. “A pessoa teria que descriptografar o bloco específico e todos que vêm depois deles em menos de 10 minutos. Até aí é tranquilo, se a pessoa tem um supercomputador. O problema é que essa operação tem que ser realizada em todos os mais de 10 mil computadores ligados nessa rede. Nós não temos essa quantidade de energia disponível para fazer isso atualmente”, disse Amorim.

Ou seja, a tecnologia é promissora por vender confiança. Dentre as aplicações práticas está, até o momento, a transferência de dinheiro realizada de forma rápida e simultânea, promovendo uma maior segurança. 

Alguns artistas e empresários também utilizam o blockchain como gestão de patentes e de direitos autorais.  Transformar o blockchain em uma grande enciclopédia também é uma possibilidade.

Empreendedorismo

A palestra de Carl Amorim estava recheada de jovens e empreendedores. “Eu fui apresentado ao bitcoin, e depois ao blockchain, no final de 2016, por um amigo. Quando você começa a estudar as moedas, não tem como não se envolver com essa tecnologia”, disse o estudante de Engenharia Mecânica Lucas Naves, 21.

Em setembro deste ano, ele e mais dois amigos construíram o @moedeiro, um perfil no  Instagram para compartilhar conteúdos sobre o blockchain. “A gente percebeu que a maioria do conteúdo era em inglês. Com isso, resolvemos criar o @moedeiros, que busca levar conteúdo sobre a tecnologia e criptomoedas para brasileiros”, explicou.

Os estudantes sonham alto: querem tornar o perfil, que tem pouco mais de 400 seguidores, no maior portal brasileiro de conteúdo sobre cripto moedas. “Não vai ser fácil, mas não faltam vontade e motivação”, dizem os estudantes, esperançosos.

Como funciona o Blockchain

*O blockchain é um protocolo de transmissão de valores pela internet que funciona como um livro contábil, registra as transações, mas sem precisar de um intermediário, como banco, por exemplo;

*Ele é um registro de transações digitais que as criptografa para ter mais segurança e que, em vez de armazenar os dados em um único local, utiliza a rede para guardar as informações em blocos. O banco de dados é formado a partir dos blocos de criptografia realizados pelo blockchain;

*Cada bloco guarda informações - documentos, livros, músicas – ou transações. Quando outras transações são adicionadas, a informação é guardada no bloco, de acordo com o momento de processamento;

*Uma codificação, chamada de “hash” é adicionada no final do bloco, que realiza uma ligação direta com o bloco anterior da cadeia, formando elos. Um“hash”, a chave encriptografada, possui o número do bloco atual e do próximo bloco, a data e o momento que foi assinado e a quantidade de transações da cadeia.

Vantagens 

Como vantagem, as transações podem ser realizadas sem o intermédio de uma terceira parte, os usuários ficam no controle total de suas informações e transações, os dados são criptografados e contêm informações detalhadas dos processos, além da transparência do processo, que fica visível para todas as partes.

Desvantagens

As desvantagens ocorrem porque a tecnologia não está finalizada, a energia consumida é insustentável, poderá receber tributos do governo, e até mesmo ser utilizada por criminosos, além de não promover a privacidade, tendo em vista que todos os computadores interligados têm acesso a tudo.