Bolsonaro diz que não confia 100% em Moro e avisa: 'Ninguém é inabalável'

Apesar das declarações, presidente elogiou postura de ministro na luta contra a corrupção

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  • Da Redação

Publicado em 15 de junho de 2019 às 16:49

- Atualizado há um ano

. Crédito: AFP

A divulgação das conversas privadas do atual ministro da Justiça, Sergio Moro, fez o presidente Jair Bolsonaro (PSL) se pronunciar. Ao tomar conhecimento do material, o político foi taxativo: "Meu pai dizia para mim: confie 100% só em mim e minha mãe", disse.

Moro é suspeito de ter atuado em conluio com o Ministério Público Federal nos processos da Lava Jato. Os diálogos vazados foram publicados pelo site The Intercept Brasil, que vem fazendo uma série de reportagens sobre o tema.

Na porta do Palácio do Alvorada, em Brasília, Bolsonaro disse ainda que não conhece Moro intimamente, então, prefere não se manifestar sobre as reportagens. "Eu não sei das particularidades da vida do Moro. Eu não frequento a casa dele e ele não frequenta a minha casa, por questão até de local onde moram nossas famílias", disse o presidente.

Questionado sobre a permanência de Moro no cargo, Bolsonaro disse que "ninguém é inabalável" e lembrou da demissão do general Santo Cruz, que deixou a Secretaria Geral de Governo nesta semana.

"Muita gente se surpreendeu com a saída do general Santos Cruz. Isso pode acontecer. Muitas vezes, a separação de um casal você se surpreende: 'mas viviam tão bem!'. Mas a gente nunca sabe qual a razão daquilo. E é bom não saber. Que cada um seja feliz da sua maneira", resumiu. 

Perguntado sobre a irregularidade no comportamento de Moro no conteúdo publicado, o presidente limitou-se a dizer que o ministro é um dos políticos que luta contra a corrupção do país.

"Tem um crime de invadir o celular do caboclo lá. E outra, tem programa que eu tive acesso de você forjar conversa e ponto final. O que interessa? O Moro foi responsável, não por botar um ponto final, mas por buscar uma inflexão na questão da corrupção e mais importante: livrou o Brasil de mergulhar em uma situação semelhante a da Venezuela. Onde estaria em jogo não o nosso patrimônio, mas a nossa liberdade", finalizou.