Bolsonaro participa de manifestação em Brasília e pega crianças no colo

Presidente estava de máscara, mas retirou o equipamento de proteção; multa para quem descumpre a regra no Distrito Federal é de R$ 2 mil

Publicado em 24 de maio de 2020 às 13:05

- Atualizado há um ano

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Presidente participa de manifestação com apoiadores em Brasília (Foto: Reprodução) Sem máscara ou qualquer equipamento de proteção individual para evitar a proliferação da covid-19, doença causada pelo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) participou de um ato de apoio ao seu governo no centro de Brasília neste domingo (24). Ele foi recebido aos gritos de "mito" e chegou a pegar duas crianças no colo na ocasião.

De acordo com o Estadão, os seguranças do presidente, entretato, estavam com máscaras. Os manifestantes se dividiram: alguns com, outros sem máscaras. O presidente frequentemente critica o isolamento social, medida recomendada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em prevenção à expansão do coronavírus.

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Na manhã deste sábado (23), o chefe do Executivo recebeu um grupo de youtubers de perfil pró-governo, que o convidaram para o ato. Os influenciadores fazem parte da organização da manifestação, que estava marcada para começar a partir de 10h.

A Esplanada dos Ministérios estava com todas as seis faixas que levam à Praça dos Três Poderes ocupadas durante a manhã por uma carreata de apoio ao presidente.

Diferente de outras manifestações ocorridas nos últimos finais de semana, o esquema de segurança desta vez foi mais reforçado, ainda de acordo com o Estadão. Os manifestantes não conseguiram ficar na grade de frente ao Palácio do Planalto, onde normalmente o presidente têm tido contato mais próximo com o público.

Manifestações em defesa do governo aos finais de semana têm sido comuns em Brasília. Nesta semana, entretanto, movimentos pontuais contra o governo, realizados na quarta e na quinta-feira, também ocorreram.

A última vez que o presidente atendeu a uma manifestação foi no domingo (17). O jornal O Estado de S.Paulo revelou que no dia Bolsonaro fez chegar aos líderes do ato um pedido para que evitassem faixas e palavras de ordem contra o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional.

Em outras ocasiões, o chefe do Executivo foi criticado por participar de protestos que pediam o fechamento do Supremo e do Congresso.

Bolsonaro rebate STF Antes de ir até o ato, Bolsonaro rebateu via redes sociais a divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril decidida pelo ministro Celso de Mello do STF (Supremo Tribunal Federal).

O presidente publicou na manhã de hoje um trecho da lei de abuso de autoridade. A postagem no Facebook traz uma foto de um artigo da lei 13.869 de 2019.

"Art. 28 Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação com a prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo a honra ou a imagem do investiga ou acusado: pena - detenção de 1 (um) a 4 (quatro) anos."

A deputada Bia Kicis (PSL-DF) sinalizou em entrevista à rádio BandNews FM que estudaria ações judiciais pelo mesmo motivo.

Depois de fazer a postagem, o presidente deixou o Palácio da Alvorada de helicóptero, desembarcou na Vice-Presidência e chegou à praça dos Três Poderes, em Brasília, onde ocorria a manifestação em defesa do governo.

No início, ele estava de máscara. Depois, para chegar mais próximo dos manifestantes, retirou o equipamento de proteção, descumprindo as regras do Distrito Federal. A multa para quem descumpre a regra é estabelecida em R$ 2 mil.