Bolsonaro pede ‘jogo pesado’ contra Doria, que rebate: ‘seja líder se for capaz’

Apelo de presidente foi feito em reunião com empresários paulistas

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  • Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2020 às 22:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pediu nesta quinta-feira (14), durante uma live com empresários, para eles "jogarem pesado" com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), para evitar o lockdown - fechamento total de todas as atividades - no Estado como medida de combate ao novo coronavírus.

Na videoconferência promovida pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na qual um dos empresários inclusive aparece pelado, Bolsonaro disse que há "uma guerra" e uma motivação política de tentar quebrar a economia para atingir o seu governo.

"Um homem está decidindo o futuro de São Paulo, o futuro da economia do Brasil. Os senhores, com todo o respeito, têm que chamar o governador e jogar pesado, porque a questão é séria, é guerra. É o Brasil que está em jogo. Se continuar o empobrecimento da população, daqui a poucos seremos iguais na miséria", afirmou Bolsonaro. "O que parece que está acontecendo parece uma questão política, tentando quebrar a economia para atingir o governo."

O governador paulista, que durante as eleições de 2018 foi aliado de Bolsonaro na aliança denominada "BolsoDoria", reagiu às declarações dizendo que o presidente "despreza vidas" e cobrou de Bolsonaro que "comece a ser um líder".

"Hoje, mais uma vez, o presidente da República perde a chance de defender a saúde e a vida dos brasileiros. São Paulo está lutando para proteger vidas.(...) Ele prefere fazer comícios, andar de jet-ski, treinar tiros e fazer churrasco. Enquanto isso, milhares de brasileiros estão morrendo todos os dias. Acorde para a realidade, presidente Bolsonaro. Saia da bolha de ódio e comece a ser um líder, se for capaz", continuou Doria.

Doria também disse lamentar que o presidente, em vez de trabalhar pela saúde do povo, "esteja mais preocupado em atender um pequeno grupo de empresários ligados à Fiesp". Bolsonaro defende o fim do distanciamento social, contrariando recomendações de autoridades de Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Nesta quinta, o líder nacional voltou a criticar as medidas de isolamento social defendidas por Doria. Epicentro da pandemia do novo coronavírus, São Paulo tem 54.286 casos confirmados de covid-19 e 4.315 mortes. No Brasil, são 188.974 casos, com 13.149 óbitos.