Bolsonaro volta a criticar quarentena e diz que Mandetta 'semeava pânico'

Presidente voltou a defender a hidroxicloroquina para tratar a covid-19

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  • Da Redação

Publicado em 16 de julho de 2020 às 21:32

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: AFP

Na live desta quinta-feira (16) o presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, dizendo que ele "semeava pânico" com o discurso sobre isolamento, quarentena e a necessidade de "achatar a curva" do novo coronavírus.

"Olha o problema que vamos ter pela frente. Vamos preservar vidas? Sim. Mas repito: quando resolveram lá atrás partir para o achatamento da curva... Lembra do Mandetta: vamos achatar curva, caminhão do Exército pegando corpos na rua, semeando pânico. O objetivo de achatar curva é que o Brasil se preparasse para que os hospitais pudessem atender os contaminados. Não temos vacina e remédio comprovado cientificamente ainda. Está sobrando leitos. Tem que começar a abrir", defendeu.

"A crise, morte, suicídio, depressão está chegando. Qualquer chefe tem de decidir [sobre reabertura]. Pior que uma decisão mal tomada é uma indecisão. Tomar cuidado, sim. Houve neurose. Ninguém disse que não ia morrer, está morrendo gente, infelizmente, alguns acham que dava para diminuir o número de óbitos. Diminuir como? Devemos tomar cuidado com os mais velhos, mas, mais cedo ou mais tarde, esse idoso não está livre de ser contaminado pelo vírus. É a realidade", acrescentou.

O presidente da República, que diz ter sido contaminado pelo coronavírus, falou sobre o tema enquanto exibia uma caixa de hidroxicloroquina na mesa. O medicamento para malária não tem eficácia comprovada no tratamento para a covid-19 e estudos mostram que, em alguns casos, ele aumenta a taxa de mortalidade.

"Não sou garoto-propaganda de nada, estou orientando procurar um médico e ver o que ele acha disso. E você decide, assina o termo e toma", afirmou Bolsonaro, que, em seguida, sugeriu como a substância deveria ser tomada contra o coronavírus. "Tem que tomar no início. Tinha o protocolo anterior do seu Mandetta que só podia usar cloroquina em paciente grave. Em caso grave não funciona", disse o presidente.

"Ainda tem estados que estão proibindo a cloroquina. Se não tem alternativa, por que proibir? Não tem comprovação cientifica de que não tem, e nem de que tem [medicamento eficaz para covid-19]. Tem muita gente, como no meu caso, que toma e vão embora os sintomas. Por que negar? Não tem outra alternativa. Imagina daqui um tempo. Vai ter comprovação científica mais cedo ou mais tarde. Os que proibiram, quantas mortes poderiam ser evitadas?", questionou.