Bolsonaro volta a defender voto impresso: 'Só na fraude o nove dedos volta'

Presidente ainda mantém silêncio sobre o marco de 500 mil mortos por covid

Publicado em 21 de junho de 2021 às 12:14

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arquivo AFP

O presidente Jair Bolsonaro não comentou nesta segunda-feira (21) o marco das 500 mil mortes por covid-19 no Brasil, ultrapassado no sábado. Falando com apoiadores no Palácio da Alvorada, ele preferiu dar atenção a outro tema: o voto impresso. O assunto, caro ao presidente, foi abordado junto com comentários sobre Lula (PT).

"Só na fraude o nove dedos volta. Se Congresso aprovar e promulgar, teremos voto impresso. Não vai ser uma canetada de um cidadão como esse daqui que não vai ter voto impresso", disse Bolsonaro. "Nove dedos" é referência perjorativa ao ex-presidente petista, que deve ser o principal rival de Bolsonaro na eleição de 2022.

Bolsonaro afirma desde a eleição de 2018, vencida por ele, que houve fraude nas urnas eletrônicas. Ele prometeu apresentar provas sobre o assunto há meses, mas nunca o fez. Não há qualquer comprovação de irregularidade que alterasse o resultado eleitoral. A oposição acusa Bolsonaro de tentar fragilizar as instituições com seus questionamentos para que, em caso de derrota no ano que vem, questione o resultado. 

Na conversa, Bolsonaro falou também que deve ser votada essa semana a proposta que altera regras de cobrança do ICMS para combustíveis. Ele enviou um projeto de lei que estabelece valor fixo e único de ICMS para combustíveis em todos os estados. Ele disse que "há dificuldades", mas "dá para aprovar" a proposta, com apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira. "Eu acho que dá pra gente aprovar, porque cada governador vai ter quanto é o seu ICMS.  A gente resolve a questão do combustível no Brasil".