Bom exemplo: soteropolitanos mostram que é possível ter lazer sem se aglomerar

Veja dicas e orientações para um lazer seguro na pandemia

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  • Bruno Wendel

Publicado em 25 de abril de 2021 às 16:32

- Atualizado há um ano

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. por Foto: Paula Fróes/CORREIO

O mar do Rio Vermelho que embala a leitura do escritor e revisor Cristiano Teixeira, 59 anos, é o mesmo que prende a atenção da professora Lêda Macário, 53, sentada no gramado com o seu cachorro. O feito é possível mesmo usando máscaras, isolados de outras pessoas e distantes entre si. “É o novo normal”, disse Teixeira. Na pandemia, se reinventar é mais que imprescindível. Essencial. E isso inclui mecanismos que possibilitam arejar a mente e manter todos num lugar seguro e sem neuras e mostrar que, sim, é possível ter um momento de lazer respeitando as normas de segurança. 

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“Estamos bem afastados de outras pessoas. Usamos máscaras e temos sempre ao lado álcool em gel. Mesmo a gente sendo amigo, estamos afastados um do outro. É possível fazer o lazer de forma segura, porque a gente precisa dessa válvula de escape. Em casa é muita tensão. Tem pais que só descobriram agora que têm filhos com a convivência diária. E ainda vamos usar as máscaras por um bom tempo, mesmo com a vacina”, disse Teixeira, por volta das 09h30 deste domingo (25), sentando em sua cadeira a cerca de dois metros da amiga, Lêda, na Praia da Paciência. 

Ao lado de Nina, da raça schnauzer, Lêda disse que da janela de casa viu o cantinho dela vazio. Ela mora num edifício em frente à praia. “Da janela, deu pra ver que não havia ninguém e, então, pus minha máscara e peguei o meu álcool em gel e vim com  Nina. Alguns minutos depois, Cristiano chegou e ficamos aqui. Não foi nada combinado, mas estamos aproveitando esse momento com tranquilidade, tomando todos os cuidados”, disse ela. 

A uns 50 metros deles, estava o supervisor de condomínio Ubiratã Silva Queiroz, 51. Sentado sozinho numa balaustrada, ele contemplava a paisagem. “Os especialistas dizem o seguinte: ‘mesmo sem nada para fazer, tem que ficar em casa’. Mas ficar em casa chega a ser mais estressante do que o excesso de trabalho. E é por isso que precisamos da higiene metal. Ao meu lado não tem ninguém e estou de máscara. A gente sabe que não está cem por cento seguro, mas isso nos dá uma sensação de tranquilidade”, disse ele. 

Com as máscaras da mesma cor (amarelas), pai e filho caminhavam na orla do Rio Vermelho, junto com o cãozinho Billy. “Andamos sempre ligados. Se vem alguém em nossa direção, desviados numa distância segura, a fim de evitar uma possível aproximação”, declarou o bombeiro Ailton Carvalho, 50, ao lado de Antônio Gabriel Silva, 11. 

Ainda durante a manhã de domingo, o CORREIO conservou com um casal que pedalava na orla do Rio Vermelho. O professor de educação física Bruno Freitas, 32, disse que ele e a mulher, empresária Larissa Oliveira, 27, disse que, desde a pandemia, estava foi a primeira vez que andaram de bicicleta na numa manhã de domingo e reprovaram. “A gente vem pedalando os outros dias, no início da manhã, super tranquilo, mantando o distanciamento de dois metros as pessoas. Hoje, resolvemos fazer o mesmo e nos arrependemos. Viemos de Piatã e passamos pelo Costa Azul e lá está lotado, parecendo um Carnaval”, disse Freitas. 

Para a pesquisadora da Fiocruz Bahia, a médica imunologista Fernanda Grassi, as atividades ao ar livre podem ser feitas, desde que as pessoas não relaxem em demasia, ao ponto de as pessoas retirarem as máscaras e descumprirem o distanciamento social.  “As atividades ao ar livre são mais seguras, isso porque não tem ar preso, que facilita a transmissão. O problema está no relaxamento das medidas. Não tirar a máscara para beber água de coco ao lado de outras pessoas e para atender o celular, por exemplo. O importante é manter o distanciamento de dois metros e usar as máscaras. É possível ver na orla algumas pessoas sem máscaras, mas precisamos que todos entendam que estamos num pacto social para o uso das máscaras, um estímulo para o uso, mesmo ao ar livre”, disse a pesquisadora.

Fernanda Grassi litou algumas dicas para quem quer realizar atividades ao ar livre:   1. Fazer os exercícios ou outras atividades com pessoas que estão no isolamento em sua casa. Nada de amigos e vizinhos  2. Usar sempre as máscaras   3. Manter o distanciamento social de dois meros 4. Atividade sempre ao ar livre  5. Fazer exercícios em pouco tempo e voltar para casa. Se fica na rua mais tempo, acaba no relaxamento das medidas