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Da Redação
Publicado em 20 de abril de 2021 às 09:07
- Atualizado há 2 anos
O Brasil se tornou o país das Américas com maior taxa de mortes causadas por covid-19 por milhão de habitantes. Assumiu essa posição depois de ultrapassar México, Peru e Estados Unidos>
Os dados são do site Our World in Data, da Universidade Johns Hopkins, e foram analisados pelo demógrafo José Eustáquio Alves. No dia 16, o coeficiente de mortalidade do Brasil ficou em 1.735 óbitos por milhão de habitantes por aqui. O dos EUA fechou em 1 711 por milhão de habitantes.>
Em números absolutos, os Estados Unidos ainda lideram. Têm o maior número de mortes pela doença: 570 mil. O Brasil é o segundo, com 375.049, conforme os dados do consórcio da imprensa Mas o País deve ultrapassar os EUA em número absoluto de mortes no segundo semestre de 2021, pelo ritmo seguido pela covid-19 aqui, conforme projetam especialistas da Universidade de Washington (EUA).>
Em 1.º de março, os Estados Unidos tinham 516 mil mortes, e o Brasil, 256 mil (ou 50% do total americano). No dia 16 de abril, os Estados Unidos alcançavam 567 mil óbitos, ante 369 mil no Brasil (65% das perdas americanas).>
Como a vacinação está muito mais avançada nos Estados Unidos do que no território brasileiro, e o número de casos da doença continua em patamar muito alto no Brasil, segundo o levantamento, em agosto o País já poderá ter o equivalente a 95% do total de casos americanos.>
O Brasil registrou 1.607 novas mortes pela covid-19 nesta segunda-feira, 19. A média semanal de vítimas, que elimina distorções entre dias úteis e fim de semana, ficou em 2.860 e apresentou uma leve queda em relação ao dia anterior, quando ficou em 2878.>
"Acho essa previsão um pouco exagerada", diz José Eustáquio Alves. "Mas, de qualquer forma, estamos a caminho de ultrapassar os Estados Unidos em número absoluto de mortes. Se não for em agosto, será em setembro ou outubro.">
Países menores Na conta de mortes por milhão, Brasil só não está na frente de países pequenos e com população idosa. Atualmente, o País ocupa a 11.ª posição no ranking com a maior proporção de vidas perdidas para a pandemia.>
Nas primeiras posições estão a República Checa e a Hungria, com mais de 2,5 mil mortes por milhão de habitantes. Depois, vem Bósnia-Herzegovina, Bulgária, Macedônia do Norte, Bélgica e Eslováquia. Todas têm coeficientes acima dos 2 mil óbitos por milhão. "São países pequenos, muito frios e com grande número de idosos", explica Alves. O cálculo não são considera nações com menos de 100 mil habitantes, como Gibraltar e San Marino.>
Se a pandemia não for mitigada no Brasil, o País pode ultrapassar o Reino Unido ainda em abril e superar a Itália em maio. Nessa hipótese, ficará em companhia apenas dos pequenos países de clima frio e estrutura etária envelhecida. A média de mortes no mundo é de 385 por milhão. Entre os países menos afetados pela doença estão Nova Zelândia (5 óbitos por milhão), China (3), Camboja (2), Taiwan (0,5) e Vietnã (0,4).>
Três milhões de vítimas Desde que foi detectado no fim de 2019, o novo coronavírus matou mais de 3 milhões de pessoas ao redor do mundo. A marca foi alcançada no sábado, também de acordo com a universidade americana Johns Hopkins, referência no tema. O registro foi de 3 002.053 de óbitos pelo novo coronavírus.>
Somente na semana passada, 12 mil óbitos foram registrados por dia, em média, de acordo com levantamento da agência de notícias francesa AFP. Do total, o Brasil é responsável por quase um quarto dos registros. O número total de vidas perdidas é maior do que a população de todas as capitais brasileiras, com as exceções de São Paulo, Rio e Brasília.>