Brasileiro que matou tios e primos na Espanha vai a julgamento

Pedido é que ele pegue pena de prisão permanente com revisão

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  • Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2018 às 20:00

- Atualizado há um ano

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O julgamento do brasileiro Patrick Nogueira Gouveia, 22, autor confesso das mortes de seus tios e primos em uma cidade no centro da Espanha acontece nesta quarta-feira (24), dois anos e dois meses após o crime. 

O promotor e a acusação particular formada por familiares das vítimas pedem que o brasileiro seja julgado por um juri popular à pena de prisão permanente com revisão. Isso significa que Patrick teria que cumprir pelo menos 25 anos de prisão antes de ter a condenação revisada. 

Nos autos do processo, o relato aponta que o acusado foi até a casa onde os tios e primos viviam, em Pioz, no dia 17 de agosto de 2016 “com o propósito de acabar com a vida” da família. Ele usou uma faca de grandes dimensões. 

Ainda segundo o processo, a tia do brasileiro abriu a porta da casa e permitiu a entrada dele. Quando todos estavam na cozinha, Patrick atacou de forma surpreendente e fez um corte em seu pescoço, que veio a causar sua morte. Posteriormente, o brasileiro foi ao encontro dos primos, um de quatro e outro de um ano de idade, e também os degolou. 

O processo afirma ainda que, para ocultar o crime, Patrick esquartejou o corpo da sua tia e dos primos e colocou as partes em sacolas plásticas. Limpou o local e aguardou a chegada do tio. Quando o tio chegou, foi recebido pelo assassino que o atacou quando ele virou de costas. O brasileiro esquartejou o corpo do tio como fez com o dos outros familiares. 

A investigação demonstra ainda que Patrick mandou várias mensagens através de um celular para um amigo no Brasil relatando o crime e pedindo conselhos. Após isso, ele saiu da casa. 

O crime só foi descoberto um mês depois, devido ao mal cheiro forte que exalava do imóvel. Quando as autoridades foram informadas e entraram na casa, encontraram os corpos das vítimas.  Patrick viajou para o Brasil após o crime, porém foi detido no dia 19 de outubro, quando voltava para a Espanha. 

O advogado do irmão de uma das vítimas, Alberto Martín, disse em entrevista à agência Efe que acredita que Patrick confessará o crime durante o julgamento, mas o fará "de forma seletiva, ocultando os fatos mais escabrosos como já fez anteriormente". Segundo ele, o irmão da vítima estará presente durante o julgamento e que a família está se sentindo “muito mal”, com “muita tensão e desgosto” por ter que reviver tudo.