BRICS: Brasil recebe hoje representantes da agricultura dos países do bloco econômico

Delegações da Rússia, Índia, China e África do Sul chegam ao país nesta quarta-feira (17) para discutir rumos da agricultura no bloco

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  • Da Redação

Publicado em 17 de julho de 2019 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação/ABAF

O Brasil vai receber a partir de hoje (17), em Brasília, representantes de ministérios da agricultura do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o chamado BRICS. O bloco econômico é formado pelos cinco países considerados emergentes.

Durante dois dias, as delegações estrangeiras vão discutir com a Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, assuntos como tecnologia, economia digital, energia e inovação no campo. Também estarão na mesa de discussões os acordos bilaterais e os projetos desenvolvidos pelo Banco de Desenvolvimento do BRICS, criado recentemente.

As delegações também vão visitar à sede da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), para conhecer novas variedades de cana-de-açúcar, bancos de sementes e mudas de várias plantas.

O encontro vai servir de preparação para a 9ª Reunião de Ministro da Agricultura que será realizada em setembro, em Bonito, no Mato Grosso do Sul (MT). Durante o evento internacional, a cúpula do BRICS vai discutir ações para promover a inovação e o desenvolvimento de sistemas de produção de alimentos.

Juntos, os cinco países do BRICS representam cerca de 18% do comércio mundial de alimentos agrícolas. Eles produzem cerca de 23% do Produto Interno Bruto do mundo e representam cerca de 42% da população mundial.

A reunião acontece um mês depois do Brasil ter firmado o livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, um acordo que vinha sendo negociado há mais de 20 anos.

Florestais

Uma das principais discussões do encontro deve girar em torno dos certificados de produtos florestais entre China e Brasil. O objetivo é uniformizar os certificados de defesa fitossanitária do setor de florestas plantadas e celulose.

A negociação é importante para os dois países. O Brasil é um dos principais fornecedores de celulose do mundo, e a China é o maior consumidor dos produtos. Ano passado, os chineses compraram cerca de 42% da produção brasileira. E a produção florestal já é a quarta maior na lista das exportações agrícolas brasileiras, atrás apenas da soja, das carnes e do setor sucroalcooleiro.“É um setor que teve um desenvolvimento pujante nos últimos anos, extremamente organizado. Eu me orgulho muito de ser de um estado que resolveu parte dos seus problemas quando trouxe essa atividade florestal como uma das principais, o Mato Grosso do Sul”, afirma a Ministra Tereza Cristina. Potencial de crescimento das florestas plantadas será um dos temas discutidos na reunião dos vice-ministros da agricultura do BRICS (Foto: ABAF) O Brasil já tem 10 milhões de hectares plantados. A área produz cerca de 91% da madeira usada pelas indústrias, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).  As exportações do setor representam 5% das exportações brasileiras, 10% das exportações do agronegócio, e já ultrapassaram os 12 bilhões de dólares no ano passado. Mais de 42% do volume produzido foi para a China. A demanda do país asiático é crescente e está no foco dos produtores brasileiros.“Brasil pode expandir as capacidades e suprir as necessidades crescentes da China”, afirma José Carlos Fonseca Junior, diretor de relações institucionais da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá).O governo brasileiro pretende estimular ainda mais o setor. Um plano nacional foi lançado no ano passado para aumentar em 2 milhões de hectares a área de florestas plantadas até 2030. A Bahia pode ser beneficiada. O estado já possui 636 empresas de base florestal e tem condições climáticas favoráveis para expansão do segmento, que já equivale a 7% das empresas do estado.