Câmeras da Lapa flagram 214 mil pessoas com uso incorreto de máscara

As câmeras estão localizados nos três principais acessos à estação

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  • Da Redação

Publicado em 20 de agosto de 2020 às 08:39

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arisson Marinho/CORREIO
. por Arisson Marinho/CORREIO

Em pouco mais de um mês, 3,5 milhões de pessoas que passaram pela Estação da Lapa, em Salvador, foram 'vistoriadas' pelas nove câmeras de medição de temperatura instaladas no terminal. Mas os equipamentos, colocados lá pela Secretaria de Mobilidade (Semob) no dia 8 de julho, também flagraram outra coisa: o mau uso - ou uso nenhum - das máscaras, item obrigatório durante a pandemia. De acordo com dados divulgados pela prefeitura, foram 214 mil flagras nos usuários.

Tinha gente 'toda errada' por motivos diferentes: ou por usar a máscara de forma inadequada - o que significa que o acessório de proteção não estava cumprindo seu papel - ou por sequer usá-la, a despeito de ser obrigatório andar de máscara no transporte coletivo da cidade.

Segundo a prefeitura, os flagrados pelas câmeras receberam máscaras e orientações de agentes da Guarda Civil Municipal (GCM). Fiscais da Semob e da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) também estão presentes no terminal para orientar os milhares de usuários que transitam pelo local diariamente.

Além de ser obrigatória, a máscara é um dos itens essenciais para proteção contra o contágio pelo cornavírus. A Rede CoVida, formada por pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para a Saúde (Cidacs), lançou um guia prático sobre o uso das máscaras de tecido em locais públicos.

Segundo os pesquisadores, como ainda não há uma vacina ou remédio específico contra a covid-19 e pela fácil transmissão do coronavírus, o jeito é adotar medidas para diminuir a transmissão. O uso da máscara se alia a medidas como ficar em casa e redobrar os cuidados com a higiene."Como esta doença é respiratória, a principal via de transmissão é pelo contato com gotículas produzidas pela respiração, fala, tosse ou espirro de uma pessoa contaminada. O contágio pode acontecer mesmo que a pessoa ainda não apresente sintomas. Por isso, uma das formas de evitar esta transmissão 'invisível' é proteger o nariz e a boca com o uso de máscaras de tecido que cubram essas regiões do rosto", explica o guia da Rede CoVida.Como a máscara funciona como uma barreira física contra a transmissão do vírus, é importante que boca e nariz estejam cobertos - nada de colocar a máscara no queixo, pendurada na orelha ou com o nariz descoberto.

O guia recomenda que, em caso de incômodo, a pessoa deve respirar devagar e calmamente. Está suado? Enxugue o suor do rosto com o braço, mas sem tocar na máscara. Se você usa óculos, eles devem ficar por cima da máscara. A vantagem das máscaras de tecido é que elas são laváveis e reutilizáveis.

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Números Segundo a Semob, do total de pessoas registradas pelas câmeras, apenas 23 apresentaram temperatura anormal, ou seja, acima de a 37,5ºC, e foram encaminhadas para realização do exame de detecção do novo coronavírus (PCR-RT) no posto no localizado no próprio terminal - a clínica LapaMed, em frente ao Salvador Card. De acordo com a SMS, seis testaram positivo.  

As câmeras estão localizados nos três principais acessos à estação: duas na entrada pelo Coqueiro da Piedade, outras quatro no andar térreo - próximo do metrô e subsolo - e três no corredor principal que liga a estação à Avenida Joana Angélica.  

De acordo com o secretário da Semob, Fábio Mota, os equipamentos são fundamentais no enfrentamento à covid-19 no transporte público.“Temos leis claras sobre a proibição de entrar no transporte sem a máscara. As câmeras flagram e nós orientamos as pessoas que estão sem o item de segurança, que também fornecemos”, afirma Mota.Em caso de detecção de alguém com temperatura alta, a pessoa é encaminhada para testagem no terminal. Nos seis casos que deram positivo até agora, houve orientação para busca de tratamento e isolamento social. Além disso, os contaminados são monitorados a cada 48 horas, através do programa Salvador Protege, da Prefeitura.