Carreta, buzinaço e fogos de artifício celebram Nossa Senhora do Pilar

Fiéis contaram que festa desse ano foi maior que as anteriores

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  • Adele Robichez

Publicado em 20 de setembro de 2020 às 15:39

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Nara Gentil/ CORREIO

Após oito dias do novenário de preparação à festa de Nossa Senhora do Pilar, o grande momento finalmente chegou. A comemoração em homenagem à padroeira mãe de Jesus começou com uma alvorada de sinos e fogos às 9h, neste domingo (20), e foi seguida da carreata pelas principais ruas do bairro do Comércio. Cerca de 20 veículos participaram do rito, segundo a organização. 

Ana Cristina Silva, 52 anos, da irmandade da Igreja Nossa Senhora do Pilar e Santa Luzia, gostou da celebração. “A festa esse ano está mais linda em comparação com outros anos. Os anos anteriores foram mais fracos. A gente costumava se preocupar mais com a festa da Santa Luzia, e a festa da Nossa Senhora do Pilar era mais simples. Mas com a vinda do Padre Renato, nos foi passado que ela é a nossa mãe e Santa Luzia vem depois”, disse.

Até este ano, a festa tinha apenas missas e outras poucas homenagens à santa. Nesse domingo, houve alvorada com repique de sinos e fogos, carreata pelas ruas do bairro do Comércio e missa presidida pelo arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, cardeal Dom Sérgio da Rocha.  Missa teve distanciamento social e máscaras (Foto: Nara Gentil/ CORREIO) Saindo da Basílica Santuário Nossa Senhora da Conceição da Praia, a carreata em louvor percorreu as ruas do Comércio com buzinas, fogos de artifício, aplausos, sinos, e pisca alerta. Os bombeiros carregaram a imagem da santa. Essa etapa da festa se estendeu até a Igreja Nossa Senhora do Pilar e Santa Luzia, onde ocorreu a missa solene presidida pelo arcebispo.

A maior parte das cerca de 100 pessoas presentes usava máscara e tentou respeitar o distanciamento recomendado pelo protocolo de segurança. Antes de entrar no templo, os fieis tiveram a temperatura verificada, higienizaram as mãos com álcool 70% e os pés com tapetes sanitizantes. Elas usavam camisas eram personalizadas da própria Igreja, com a imagem da Nossa Senhora do Pilar.

Os assentos estavam sinalizados com adesivos indicando a distância recomendada a ser respeitada, e um espaço também foi disponibilizado do lado de fora da igreja com cadeiras distantes.

Importância Para Fabiana Bastos, 43, da irmandade, a Nossa Senhora do Pilar representa a vida, a celebração e é uma tradição. Ela contou que participa da festa há muitos anos. Ela concorda que a festa desse ano foi maior que a dos anos anteriores.

“Quando cheguei nessa comunidade, há 20 anos, ela sempre nos acolheu. Agora ela está sendo acalentada por todos. Essa festa é para demonstrar que ela está aqui sendo abraçada por nós”, afirmou.

O cardeal Dom Sérgio da Rocha veio de Brasília para Salvador no dia 5 de julho, e essa foi a sua primeira participação na Igreja da Nossa Senhora do Pilar e Santa Luzia. “Vim para conhecer”, disse. Ele foi convidado para presidir a missa e reconhece a importância dessa igreja no Comércio. “A padroeira desta comunidade é a mãe de Jesus e a nossa mãe, que é venerada no mundo inteiro, em especial na Espanha”. Apesar da pandemia, religiosos compareceram (Foto: Nara Gentil/ CORREIO) A festa da Virgem do Pilar O padre da Igreja, Renato Minho, contou que a origem da santa se deu em momento de dificuldade. “Havia uma grande dificuldade de evangelização na Espanha. Nossa Senhora apareceu em uma bilocação: morava na Terra Santa e fez uma aparição ao mesmo tempo em Santiago, na Espanha, sobre um pilar para dizer ‘estamos fortificados, firmes em Jesus. Sigam adiante!’”, disse.

O padre, que chegou há oito meses na Igreja do Pilar, conta que encontrou a data 20 de setembro disponível na agenda do cardeal Dom Sérgio, por isso a escolheu. A partir de agora, então, uma nova tradição será criada: a grande festa passará a acontecer sempre no terceiro domingo de setembro, último dia da novena. Antes a festa também acontecia em setembro, mas em três domingos e era menor. Mas ele declara que “quer pensar no novo”. E gostou do resultado: “o povo está feliz, rezou, cantou e adorou”.

A festa na pandemia A pandemia foi oportunidade para alguns fiéis, como Taísa Batista, 31, participar da celebração pela primeira vez. Para ela, a Nossa Senhora do Pilar representa “um grande auxílio, principalmente durante este momento de crise”.“A minha paróquia fechou por conta da pandemia e eu vim para cá dar apoio ao padre. A Igreja Católica é universal. Acredito que ela não tem um espaço, um território. Então onde tiver missa e onde a igreja precisar, eis-me aqui”, disse.Há outros, como Lúcio Miranda de Jesus, 70, que havia deixado de frequentar a igreja e voltou agora, depois da sua revitalização. “[Essa reforma] conseguiu trazer os fiéis de volta” disse, e concluiu “se confiar, ela não se afasta”.

A festa e a missa foram transmitidas ao vivo, assim como os dias de preparação da novena, nas redes sociais da Igreja do Pilar e Santa Luzia.