Casarão desaba na Ladeira da Soledade: 'ficamos estáticos', diz vizinho

Ninguém ficou ferido com o desabamento do imóvel

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  • Bruno Wendel

Publicado em 19 de junho de 2019 às 10:06

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Bruno Wendel /CORREIO

Um casarão desabou na madrugada desta quarta-feira (19) na Ladeira da Soledade, bairro da Lapinha, em Salvador. O imóvel estava abandonado e tinha uma placa de venda. Com o incidente, os escombros atingiram um casarão vizinho. Não houve feridos.

O desabamento aconteceu por volta das 5h30, no imóvel de número 158. "Estava com a mulher preparando o mingau para vender quando ouvimos o estrondo e a fumaça de areia subir. Ficamos estáticos por alguns segundos e só depois, quando a ficha caiu, que a gente correu", contou Ítalo Correia, morador do casarão 160, vizinho do imóvel que desabou.

Segundo ele, o imóvel está abandonado há quatro anos. "A dona alugava os quartos, mas ela morreu e os filhos puseram à venda. No entanto, deixaram o local sem manutenção", completou Ítalo. Segundo o vizinho, há mais de um ano, o imóvel que desabou já vinha inclinando para o lado esquerdo - onde fica a casa de Ítalo.

A Defesa Civil de Salvador (Codesal) esteve no local. "Estamos avaliando as condições do imóvel para passar para Ipac e Iphan [órgãos do patrimônio estadual e federal, respectivamente]. A princípio, a recomendação imediata é a retirada do entulho e bloquear as vias de acesso, tapando com blocos portas e janelas", declarou o engenheiro da Codesal Antônio Figueiredo.

Roubo Numa avaliação preliminar, a fachada do casarão não ameaça desabar. "A estrutura está colada com a de outro casarão que também registrou um desabamento da parte interna. A recomendação será a sustentação com vigas de aço", diz Antônio Figueiredo. 

Enquanto a Codesal fazia o trabalho de vistoria nos imóveis, afim de avaliar os possíveis estragos com o incidente, um vândalo levou alguns minutos para arrancar as grades do portão e de umas das janelas do imóvel que desabou. A grade ele arrancou na mão. Mas para retirar a janela, ele fez uso de uma marreta. Em momento, Ítalo, proprietário do imóvel vizinho, sinalizou para o homem que as marretadas faziam tremer a casa dele. "Não está tremendo nada", retrucou o homem dando continuidade às pancadas na fachada do imóvel. Algus minutos depois, ele saiu arrastando a janela. 

Questionado quanto ao ato do rapaz, o engenheio Antônio Figueiredo pontuou: "É por isso que iremos fechar as vias de acesso ao imóvel. Sabemos que aqui é uma região onde esse comportamento é comum e isso oferece risco de, numa atividade dessa, resultar numa consequência inesperada, devido o abalo da estrutura".