Caso Henry: mãe e Dr. Jairinho vão responder por tortura e homicídio

Mensagem de babá, que mentiu para polícia, mostra "rotina de violência" na vida da criança

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  • Da Redação

Publicado em 8 de abril de 2021 às 13:37

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

O vereador Dr. Jairinho e a professora Monique Medeiros da Costa e Silva vão ser indiciados por tortura e homicídio duplamente qualificado. Eles foram presos nesta quinta-feira (8) pela morte de Henry Borel Medeiros, 4 anos, filho de Monique e enteado de Jairinho. Se condenados, eles podem ficar até 30 anos presos.

A investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que ouviu 18 testemunhas, concluiu que "provas contundentes" que não deixam dúvidas sobre a autoria do crime. 

"Essa investigação começou como um acidente doméstico. Mas a equipe do doutor Damasceno (Henrique Damasceno, delegado-titular da 16ª DP) percebeu que algo estava errado. A perícia técnica acompanhou (a investigação), assim como o Ministério Público. Era um local onde não existiam câmeras ou testemunhas. Mas, hoje, o caso está praticamente encerrado", disse Antenor Lopes Júnior, diretor do Departamento Geral de Polícia da Capital (DGPC), em coletiva sobre o caso.

A descoberta de trocas de mensagens entre a mãe de Henry e a babá da criança foi fundamental para as prisões. Perícias foram feitas em 11 celulares e computadores apreendidos com os suspeitos e com o engenheiro Leniel Borel de Almeida, pai de Henry. Um celular da babá foi apreendido hoje.

Uma conversa de 12 de fevereiro entre a babá e a mãe mostram que a funcionária faz um alerta sobre as agressões sofridas pela criança. Thayna de Oliveira Ferreira, de 25 anos, mentiu em depoimento, diz a polícia, e pode estar sendo influenciada pelo casal. À polícia, ela disse que a vida familiar era harmoniosa e que nunca notou nada foram do comum na casa ou em Henry.

Mas os diálogos mostram que havia uma "rotina de violência". "No telefone da mãe encontramos prints de conversas que foram relevantes. Essas conversas eram do dia 2 de fevereiro, entre a mãe e a babá, na qual ficou revelada uma rotina de violência que o Henry sofria. A babá diz que o Henry relatou a ela que o padrasto pegou pelo braço e deu uma banda e o chutou. Ficou claro que houve lesão, já que a babá fala que o Henry estava mancando e não deixou que ela lavasse sua cabeça, que estava machucada", diz o delegado Henrique. 

Um outro caso de agressão do qual Jairinho é suspeito é investigado na Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), envolvendo a filha de uma ex-namorada do político.