Caso Marielle: Aras diz que menção a Bolsonaro é factoide e foi arquivada

Segundo ele, agora existe fato novo, "que é factoide que gerou crime contra o presidente"

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  • Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2019 às 14:38

- Atualizado há um ano

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O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou que o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) já arquivaram uma notícia fato sobre a menção ao nome do presidente Jair Bolsonaro (PLS) na investigação sobre a morte da vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes. A citação foi enviada ao STF pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.

À Folha de S. Paulo, o procurador-geral disse que o caso é "factoide" e será devolvido para investigação no Ministério Público Federal do Rio (MPF-RJ).

O inquérito atende a pedido feito pelo ministro da Justiça, Sergio Moro, que quer saber as circunstâncias do depoimento do porteiro do condomínio de Bolsonaro, que foi quem citou o nome do presidente.

Segundo matéria do Jornal Nacional de ontem, o porteiro afirmou que um dos suspeitos pela morte de Marielle, Elcio Queiróz, foi até o condomínio e pediu para interfonar para a casa de Bolsonaro, no dia do crime. Um homem que o porteiro identificou como "seu Jair" liberou a entrada. Élcio então seguiu até a casa de Ronnie Lessa, outro acusado pelo crime, que morava no mesmo condomínio que Bolsonaro.

“Por si só, a notícia de fato (que chegou ao STF) já encerrava a solução do problema”, disse Aras nesta quarta-feira (30). “(O arquivamento aconteceu) porque não tinha nenhuma hipótese (de investigação) a não ser a mera comunicação", disse Aras. “O que existe agora é um problema novo, o factoide que gerou um crime contra o presidente”,

Aras afirma que o MP enviou o relato do porteiro ao STF junto com uma declaração da Câmara que atesta que Bolsonaro estava em Brasília no dia do crime. Também foram enviadas gravações de ligações entre a portaria e as casas apontadas pelo porteiro e "não há menção ao presidente", garante.

A equipe da PGR está ouvindo mais gravações, mas até o momento não há indício de que Bolsonaro esteja envolvido no crime, afirma.