'Caso típico de homofobia', diz delegada sobre ataque a youtuber

Em depoimento, suspeito nega e diz que agiu para se defender

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  • Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2019 às 22:54

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

A agressão sofrida pela youtuber bolsonarista Karol Eller é investigada como um caso de homofobia pela Polícia Civil do Rio. Ela estava com a namorada em um quiosque na orla da Barra da Tijuca quando foi atacada por um trio, na manhã do domingo (15). O caso foi registrado como lesão corporal e injúria por preconceito na 16ª Delegacia.

“Trata-se de um caso típico de homofobia, sem ligação com a militância da vítima. De acordo com os depoimentos, os agressores chamavam a Karol o tempo todo de sapatão e demonstravam claramente preconceito. Já requisitamos os exames de corpo de delito de todos os envolvidos e vamos fazer diligências para localizarmos câmeras que possam ter flagrado a confusão e possíveis testemunhas do fato”, disse à revista Época a delegada Adriana Belém, titular da unidade.

Namorada de Carol, a policial civil Suellen Silva dos Santos contou que as duas estavam lá e conheceram um casal, que estava acompanhado de um amigo. No meio da conversa, um dos suspeitos, identificado como Alexandre da Silva, 42, começou a hostilizar Karol, inicialmente verbalmente. 

Passou a se referir à youtuber como "ele" e quando Karol disse que queria ir ao banheiro sugeriu que "fosse atrás do quiosque mesmo", pois como homem não precisaria usar o sanitário. Também elogiou Suellen, chamando-a de uma morena muito bonita, e questionou: "Está fazendo o que com isso? Isso é um homem".

O depoimento narra que depois Alexandre passou a empurrar Carol, para provocá-la, e depois deu um soco que desacordou a jovem.

Carol foi levada ao Hospital Lourenço Jorge, de onde teve alta na segunda. “Não estou conseguindo falar nem ler direito. Estou com fortes dores na cabeça. Só quero agradecer a todo carinho que tenho recebido dos meus amigos e seguidores”, afirmou.

Suspeito nega homofobia Em depoimento, Alexandre e o casal de amigos negaram que tenha havido um caso de homofobia.

Ele contou que notou que Karol estava armada ao chegar no quiosque. Em determinado momento, ela teria deixado cair a arma. Depois, se apresentou como delegada federal. 

Alexandre diz que o amigo se aproximou para falar do risco de manusear a arma, que seria de Suellen, sem conhecimento. Disse que Karol estava muito agitada após sair do banheiro, onde teria usado cocaína. 

O suspeito diz que foi Karol quem deu um soco no rosto do amigo e depois foi para cima dele. Alega que agiu para se defender. 

“Não sou homofóbico, não aconteceu nada disso que ela está dizendo. Eu e minha família estamos sendo ameaçados na rua por uma mentira absurda que essa menina inventou. Tenho certeza que vamos provar que estamos falando a verdade”, afirmou ele à Época.