Centro Histórico fica vazio neste domingo

Fim da alta estação e receio do novo coronavírus impactam no comércio local

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  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 15 de março de 2020 às 20:37

- Atualizado há um ano

. Crédito: Betto Jr

O início da baixa estação e o receio de contágio com o novo coronavírus deixaram as ruas do Centro Histórico esvaziadas na tarde deste domingo (15). Embora o clima seja de tranquilidade, os comerciantes se queixam do movimento mais fraco que o convencional nesse período do ano. Comerciante há 20 anos e moradora do Centro, Marisa Carvalho diz estar preocupada com a situação. “Ao contrário de anos anteriores, dessa vez, o fim do Carnaval não trouxe novos fregueses e as vendas caíram muito”, conta.

Quando questionada sobre o receio e os cuidados para evitar a contaminação pela covid-19, a artesã diz que aumentou o uso do álcool em gel e as medidas de higiene pessoal. “Já usava o álcool para as pessoas poderem experimentar os brincos, por exemplo, mas agora tenho usado mais e me preocupado em manter as mãos limpas”, disse ela, que restringiu a permanência da filha na barraca.

No Elevador Lacerda, cartazes sobre o contágio do coronavírus estão colados nas paredes. Segundo o funcionário Daniel Paim, o movimento neste domingo foi considerado normal, e os usuários do transporte não têm se mostrado preocupados com o fato de ficarem, mesmo que por pouco tempo, num espaço fechado. “Os funcionários já usavam álcool em gel para higienização das mãos, mas agora a gente redobrou os cuidados. Sem medo, sem pânico, mas com mais atenção”, garantiu. Nas paredes do Elevador Lacerda estão afixados cartazes que alertam para o contágio da covid-19 (foto: Betto Jr) Os cuidados também foram redobrados entre os funcionários do Restaurante Odoyá, no Terreiro de Jesus. De acordo com a garçonete Néia dos Santos, os frequentadores do espaço estão muito tranquilos, mas a direção do restaurante ampliou os cuidados com a higiene de todos. “Esse período é mais fraco por conta da baixa estação, mas, felizmente, as pessoas parecem estar atentas e sossegadas em relação a essa nova doença, talvez porque nesse período já não tenha um movimento tão grande de estrangeiros”, afirma, destacando que o álcool em gel está em evidência para funcionários e clientes.

No Laranjeiras Hostel, a queda no número de hóspedes foi atribuída ao final do verão. De acordo com a supervisora Edileuza Gonçalves, esse é momento em que todo o comércio no Pelourinho sente o início da baixa estação. Ela fez questão de ressaltar que, apesar disso, as pessoas que buscam o serviço do hostel não se mostram preocupadas com o risco de contágio. “Vejo as pessoas buscando informação, atentas, mas sem nenhum comportamento de pânico”, completa, ressaltando que a direção também ampliou a presença das embalagens com álcool. Edileuza Gonçalves diz que os cuidados com a higene das mãos foram redobrados para funcionários e hóspedes (foto: Betto Jr)