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Cerca de 100 crianças participam de batizado de capoeira em Camaçari

Projeto Capoeiragem Mirim também celebrou o Dia da Consciência Negra

  • D
  • Da Redação

Publicado em 20 de novembro de 2022 às 11:39

. Crédito: Foto: Miro Newton/CORREIO
. por Foto: Miro Newton/CORREIO

O primeiro contato de Vitor Adriano com a capoeira foi aos oito anos de idade, quando entrou para o Capoeiragem Mirim de Camaçari - projeto, patrocinado pela Braskem, que promove uma imersão em estudos e práticas da Capoeira de forma gratuita. Agora, aos 11, depois de completar três anos dentro do projeto, Vitor, que já foi batizado como Choque por “ser virado no 220”, segundo os amigos, mostra orgulhoso seu cordão amarelo e verde, representando que não é mais iniciante na capoeira. Assim como Vitor, cerca de 100 crianças e adolescentes do projeto estiveram reunidos no sábado (19), na Pracinha da Cultura, em Camaçari, para o evento de troca de graduações (quando o jovem capoeirista troca de cordão) e batizado (quando recebe sua primeira corda) realizado pelo Centro de Treinamento e Estudos da Capoeiragem (CTE Capoeiragem), sob a coordenação do empreendedor sócio-cultural-esportivo mestre Balão.

O encontro, que celebrou também o Dia da Consciência Negra, contou com presenças ilustres, como Piti Canela, assessora de gabinete da Secretaria de Cultura da Bahia; Amando Lima, da Braskem, e também ex-alunos formados pelo Capoeiragem Mirim.

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Mestre Balão, fundador do CTE Capoeiragem e criador do Capoeiragem Mirim, destacou o efeito multiplicador proporcionado pela capoeira por oferecer novas perspectivas para que crianças e adolescentes sejam cidadãos com mais oportunidades. "A capoeira é uma das principais ferramentas educacionais alternativas no Brasil. Através da ludicidade e da musicalidade a gente trabalha nos jovens essa consciência de pertencimento e identidade para que se tornem agentes atuantes e ativos no processo todo. Sem a Braskem, sem o Governo da Bahia e sem a Secretaria de Cultura de Camaçari, a gente não estaria fazendo esse projeto, então só tenho a agradecer".

Amando Lima, representante da Braskem, destacou os pontos importantes do projeto."A gente consegue ver muitos pilares da Braskem, como a educação e o desenvolvimento social e ambiental, tão bem executados pelo projeto. Que permaneça nesse propósito de cidadania e arte", comentou. 

Educação que transforma Além das aulas de capoeira, as crianças recebem aulas da equipe pedagógica, alimentação e assistência social através do projeto. Jaqueline Peixoto, que inscreveu seu filho Murilo, de sete anos, no início do ano, conta que já percebeu uma melhora significativa. “Tenho alguns vídeos de quando ele começou, fazia o gingado só, não era muito bom. Na última aula, que juntou todo mundo, fiquei chocada com a evolução dele, foi um desenvolvimento muito bom, inclusive no comportamento, que melhorou bastante, no jeito de falar e também na escrita. No início, ele não estava lendo e hoje ele já lê. A capoeira na vida dele foi uma realização porque ele cresceu muito e hoje, pra mim, ele é o melhor”, comenta a mãe emocionada ao ver o filho receber a primeira corda. 

Já Edijane Firmina dos Santos viu seus filhos Marcos Vinicius Santos, de 15, e Railane Santos, de 12, colherem os primeiros frutos na capoeira. Marcos, que recebeu o apelido de Fogo, e Railane, apelidada de Alegria, entraram no projeto em 2019 e receberam no evento a titulação de monitores juvenis, jovens que ajudam os mestres nas aulas.

“Eu tô sempre ajudando e incentivando. Não tenho o que dizer da capoeira, é bom demais pra eles. Railane não sabia ler e agora tá lendo aos pouquinhos, Marcos só vivia doente e hoje tá sempre saudável, mais forte. Os dois querem seguir dentro da capoeira, é educação pra vida toda”, conta a Edijane, que mudou o horário do trabalho para poder acompanhar os filhos nas aulas. 

Durante o encontro, os jovens apresentaram a Bateria Sustentável Capoeiragem Mirim - uma bateria completa de instrumentos de capoeira, como berimbaus, pandeiros, agogôs, reco-recos e caxixis, fabricados pelos participantes a partir de materiais recicláveis, utilizando resíduos sólidos como o plástico, metal e madeira. Ao final do evento, todos puderam levar seus instrumentos para casa. 

Com a proposta de oferecer a capoeira como ferramenta de educação e transformação social, o Capoeiragem Mirim já beneficiou milhares de crianças ao longo dos seus 28 anos de história. Além de Camaçari, o projeto acontece também e Salvador na comunidade do Bate Facho, na Boca do Rio; na comunidade do Paraíso Azul, no Costa Azul; e na Instituição Beneficente Conceição Macedo (IBCM), em Nazaré, atendendo uma média de 270 crianças e adolescentes de quatro a 16 anos, estudantes de escola pública. 

A segunda edição do projeto Capoeiragem Mirim realizado em Camaçari tem patrocínio da Braskem e do Governo do Estado, por meio do Fazcultura, da Secretaria de Cultura e da Secretaria da Fazenda. A iniciativa conta ainda com o marketing cultural da Polo Cultural e apoio da Secretaria de Cultura de Camaçari.

Capoeira sem fronteiras O Centro de Treinamento e Estudos da Capoeiragem, fundado por mestre Balão e mestre Papa, está presente em cinco estados - Bahia, São Paulo, Espírito Santo, Santa Catarina e Sergipe - e, além do Brasil, possui centros de treinamento e estudos na Alemanha, Bélgica, Suíça e Itália. Reunindo aulas para crianças, adolescentes e adultos, o programa engloba instrumentos e musicalidade, rodas mensais, pesquisas sobre as raízes culturais da capoeira e folguedos populares, além de viagens em diversos eventos que promovem intercâmbio cultural pelo mundo. O eixo principal de trabalho de todos os núcleos do CTE Capoeiragem é a educação com base na cultura da capoeira.