'Chegou dizendo que era policial', conta parente de tratorista assassinado

Crime aconteceu em Mata de São João; família acredita que vítima foi confundida

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  • Bruno Wendel

Publicado em 29 de junho de 2019 às 13:32

- Atualizado há um ano

O tratorista José Raimundo Pereira dos Santos Júnior, 39 anos, conhecido como Negão, foi assassinado com um tiro na cabeça na noite desta sexta-feira (28), na cidade de Mata de São João, Região Metropolitana de Salvador (RMS).

O crime aconteceu por volta das 20h, na zona rural da cidade, na localidade de Fazenda Pitanga, às margens da BA-093, próximo ao posto de combustível Santa Cruz. José Raimundo foi abordado por um homem encapuzado, que chegou nos fundos da casa da vítima procurando por ele e perguntando por algumas armas. A família acredita que a vítima foi confundida com alguém.

Um parente de José Raimundo, que preferiu não ser identificado, disse que a vítima se reuniu para bater papo com três parentes e um vizinho, o que era um hábito, quando o homem encapuzado desceu de um carro preto armado com um revólver.“Ele chegou dizendo que era policial, que queria armas. Dissemos que não andávamos armados porque todos éramos crentes, mas ele insistia nas armas e a gente negava. Foi quando ele perguntou quem era Negão e ele se identificou. O encapuzado mandou todo mundo se afastar, menos José Raimundo, aí atirou nele. O assassino entrou no carro e fugiu. Tinha outra pessoa no volante”, contou o parente do tratorista.O familiar relatou ainda que a vítima não tinha problemas com ninguém na região. “Todos da família são cristãos, inclusive ele. Era um homem trabalhador, nunca foi preso, nada disso. Com certeza acharam que ele era uma outra pessoa, só pode”, disse.  

José Raimundo foi socorrido, mas já chegou morto à emergência do hospital municipal da cidade. O tratorista era casado e deixa dois filhos pequenos – um menino de dois anos e outro de sete.

“Estamos arrasados. Ele não vinha sendo ameaçado, não tinha rixa com ninguém. Era uma pessoa muito querida por aqui. Era o tipo da pessoa que abdicava das coisas para ajudar os outros. O que pode ter acontecido é alguém tê-lo confudido. O apelido dele, Negão, é muito comum”, lamentou o familiar.

Não há informações quanto ao enterro de José Raimundo. 

O caso está registrado na delegacia de Mata de São João. O CORREIO ligou para a unidade e um agente de plantão informou que, no momento, não havia nenhum delegado para conversar com a reportagem.