Chevrolet Tracker evolui, ganha novos motores, equipamentos inéditos e agora é produzido no Brasil

Nova geração é oferecida com duas motorizações e cinco versões de acabamento

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  • Antônio Meira Jr.

Publicado em 25 de março de 2020 às 15:34

- Atualizado há um ano

. Crédito: FABIO GONZALEZ/GM
Nessa nova geração o espaço interno melhorou, principalmente para quem viaja no banco traseiro do SUV

Desde 2011, a Chevrolet comercializa o Tracker no mercado nacional, mas o veículo era importado do México e com apenas uma motorização. Agora a estratégia é outra: o SUV é produzido no Brasil, conta com duas opções de motor e cinco versões de acabamento. Desenvolvido em conjunto com a engenharia da China, primeiro país que comercializou o novo modelo, e dos Estados Unidos, o veículo chegou essa semana às concessionárias.

Com a produção brasileira, a empresa quer ser a protagonista da categoria e não ser apenas mais um produto. A meta da General Motors, proprietária da marca Chevrolet, é que o Tracker lidere o mercado de SUVs no país, título que no acumulado do ano - até o fechamento dessa edição - pertence ao Jeep Renegade, seguido por Volkswagen T-Cross e Nissan Kicks. A versão mais leve pesa 1.196 kg eamais pesada 1.271 kg.Oporta-malas tem capacidade para 393 litros O otimismo tem fundamento. A empresa é a líder de vendas no país, a que tem a maior rede de concessionários (540 lojas) e fechou os últimos dois meses com os dois automóveis mais vendidos do país: Onix e Onix Plus, respectivamente primeiro e segundo colocados. Para completar, a base do novo Tracker é a mesma desses dois produtos.

Todas as versões contam com seis airbags e wifi de série, além do controle de estabilidade e tração - que a partir deste ano é obrigatório em novos modelos. O sistema OnStar também está presente em todas as configurações e graças ao wifi permite, por meio de um app, que o cliente visualize à distância várias funções do veículo. A partir da opção LT é possível até dar a partida remotamente pelo aplicativo.

A partir da segunda versão, a LT, já é oferecida a partida do motor por botão. Na LTZ, o modelo já conta com alerta de ponto cego - sistema que atua monitorando as laterais traseiras e avisa ao motorista se há algo neste campo por meio de um aviso luminoso nos retrovisores externos. Na opção Premier, a mais completa da linha, o veículo tem faróis e lanternas em LED, ar-condicionado digital, carregador de celular por indução e um pacote de segurança formado por um alerta de colisão frontal e frenagem automática de emergência.

Mas algumas coisas poderiam ser melhores: o cinto de segurança para o passageiro da frente não conta com ajuste de altura e as trocas manuais para a transmissão automática só podem ser feitas por uma tecla instalada no topo da alavanca de câmbio. O ideal seria contar com paddle shift ou com toques na alavanca quando deslocada para direita ou esquerda.

Os freios traseiros são a tambor e o freio de estacionamento é manual. Assim o Tracker fica atrás de HR-V, Renegade e T-Cross, que oferecem freios traseiros a disco. Já o freio de estacionamento elétrico está presente no modelo da Honda e no da Jeep.

Mecânica Montado na nova plataforma global da General Motors, a GEM (Global Emerging Market), o veículo teve o espaço interno ajustado, principalmente, para quem viaja atrás. Um dos principais problemas da geração anterior, o porta-malas ganhou mais espaço: passou de 306 litros para 393 litros. O novo modelo conta com suspensão dianteira independente e semi independente atrás, com eixo de torção. A direção tem assistência elétrica e a transmissão pode ser manual ou automática, ambas com seis velocidades.

Os motores, que são produzidos em Santa Catarina, podem ser 1 litro ou 1.2 litro, os dois são de três cilindros com 12 válvulas e contam com turbo. O primeiro já está no mercado desde setembro, quando estreou no Onix Plus e rende 116 cv de potência com gasolina e/ou etanol a 5.500 rpm. Já o torque máximo, obtido a 2 mil giros, é alterado com a mudança de combustível: 16,3 kgfm com gasolina e 16,8 kgfm com etanol. Todas as versões contam com seis airbags e a Premier tem teto solar panorâmico de série O 1.2 litro faz sua estreia nacional no Tracker. Esse propulsor entrega 132 cv de potência com gasolina e 133 cv com etanol, sempre a 5.500 rpm. O torque máximo, atingido a 2 mil giros, é de 19,4 kgfm com gasolina e 21,4 kgfm com etanol.

De acordo com a aferição do Inmetro, na configuração de entrada, com motor 1 litro e transmissão manual, fez 14,8 km/l (com gasolina) e 10,4 km/l (com etanol) em perímetro rodoviário e até 13 km/l (G) e 9 km/l (E) em trechos urbanos. Com transmissão automática as médias de consumo são 13,7 km/l (G) e 9,6 km/l (E) e 11,9 km/l (G) e 8,2 km/l (E), respectivamente rodoviário e urbano.

Com motor 1.2 litro o SUV percorre, na estrada, médias de 13,5 km/l (G) e 9,4 km/l (E). Na cidade, os números passam para 11,2 km/l (G) e 7,7 km/l (E).

Mercado A Chevrolet oferece duas opções com motor 1 litro turbo, a com câmbio manual de seis marchas custa R$ 82 mil e a automática R$ 89.900. Com o motor 1.2 turbo, que é sempre associado a uma transmissão automática, o preço inicial é de R$ 90.500. A versão LTZ custa R$ 99.900 e a Premier R$ 112 mil.

Há também uma versão especial para o público PCD, que tem motor 1 litro e câmbio automático e que custa R$ 70 mil, mas passa para R$ 56.877 subtraídas todas as isenções. No entanto, enquanto as versões convencionais contam com três anos de garantia total, a para pessoas com deficiência tem cobertura de apenas um ano.

São sete opções de cores, mas a Azul Power, como a do veículo das fotos, é exclusiva da versão topo de linha. No entanto, não há oferta da cor branca para a configuração Premier. Em qualquer versão, a única cor sem acréscimo de valor é a Azul Eclipse, que é metálica. Os demais tons com esse tipo de cobertura custam R$ 1.600 a mais e a branca, que é sólida, custa mais R$ 750.

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Este ano, Salvador ganhou um novo showroom da Columbia, que funciona ao lado da Indiana - Ford, na região do Iguatemi, e em breve será aberta uma nova loja da Grande Bahia, que está sendo montada ao lado da Nova Bahia - Renault, na Paralela. A Chevrolet conta com a maior rede da Capital, que além dessas duas concessões, inclui ainda a Frutos Dias e a Retirauto. Atualmente são sete pontos na Capital.

Para se tornar líder da categoria, a Chevrolet vai contar com a força da rede de concessionárias e esperar que o público aceite bem o produto. Mas a concorrência vai continuar trabalhando. A Volkswagen prepara mais um produto para a categoria, um SUV com estilo coupé baseado no Polo, o Nivus. A Jeep está ajustando uma motorização turbo para o Renegade e a Fiat prepara produtos para competir nesse mercado no ano que vem. A Renault irá oferecer um motor 1.3 turbo para o Captur, que passará por atualizações, e para o recém-atualizado Duster. 

Assim como a Fiat, a Toyota também prepara sua entrada no segmento com o Raize, modelo que será construído sobre a plataforma DNGA, versão compacta da base TNGA utilizada no Corolla 2020. Já a Kia pretende importar o Seltos, veículo que foi uma das estrelas da marca no Salão de Los Angeles, realizado no final do ano passado nos Estados Unidos.

Ou seja, a briga entre os SUVs compactos não será fácil e, além dos modelos citados, o Tracker terá que brigar com: Caoa Chery Tiggo 5X, Citroën C4 Cactus, Ford EcoSport, Hyundai Creta, Mitsubishi ASX, Suzuki Vitara e Peugeot 2008. O mercado se prepara para a chegada de outros utilitários esportivos compactos, entre eles Volkswagen Nivus, Toyota Raize e Kia Seltos Efeito Coronavírus O lançamento do Tracker estava programado para acontecer na última quarta-feira em São Paulo. Por conta da pandemia do novo coronavírus a apresentação, que seria presencial e seguida por um test drive, foi cancelada. A solução da Chevrolet foi realizar o evento sem público, via internet. 

O nosso contato foi com modelos estáticos, que já estão disponíveis nas concessionárias baianas. A Chevrolet vai enviar uma unidade para avaliação e em breve vamos contar nossa experiência dinâmica com o novo SUV.