Chico César e Geraldo Azevedo estreiam juntos turnê Violivoz

Show passará por Salvador nos dias 14 e 15 de janeiro, no TCA

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  • Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2021 às 18:10

- Atualizado há um ano

. Crédito: Marcos Hermes/divulgação

A parceria pode ter começado numa noitada de violão a dois, na casa de Chico César, em São Paulo, quando ele e Geraldo Azevedo pensaram, cada qual por si: "A gente bem que podia fazer isso para o público. Para os nossos públicos."  Admiração mútua nem sempre implica em identificação, mas a reunião destes dois artistas para o espetáculo Violivoz, que vai percorrer o Brasil este ano, promete uma vibe em comum e um território comum de "inclinações musicais".

"Temos pensado em canções onde a gente possa brincar com o instrumento", diz Chico César, lembrando músicas como Bicho de 7 Cabeças ou Meu Pião. Canções que vão sendo testadas para o repertório, como também Mama África, Dia Branco, À Primeira Vista, Menina do Lido"...

É o violão, a musicalidade, que os aproxima? "Eu acho que é o charme das canções", responde Geraldo, aludindo a outra música do repertório. "A arte de compor, de trabalhar, de dar polimento à música até ver que ela ficou pronta... Acho que cada um de nós vê isso no trabalho do outro e se identifica", completa.

Geraldo conheceu o trabalho de Chico César através de Carlos Bezerra, o “Totonho”, paraibano famoso pelo trabalho musical Totonho e os Cabras. Totonho era, tal como Chico César, uma "cria" do grupo de música de vanguarda paraibano Jaguaribe Carne, liderado em João Pessoa por Pedro Osmar e Paulo Ró.  Os dois, Chico e Geraldo, tinham canções num projeto que não chegou a ser gravado, mas Geraldo, ao escutar as músicas de Chico, pediu que ele viesse gravar o violão. 

"Quando algum tempo depois foi lançado Aos Vivos, diz Geraldo, "pra mim foi uma revelação. Além das composições em si, o violão de Chico César buscava outros caminhos, com um estilo muito pessoal, que só ele seria capaz. Virei divulgador (risos)... Comprei duas caixas de CDs e saí distribuindo para as pessoas, dizendo para elas: Dá uma escutada nisso aqui, e depois me fala." 

A admiração tornou-se recíproca neste momento. Chico César, cerca de vinte anos mais novo, já acompanhava o trabalho de Geraldo – uma das figuras de maior presença na geração de nordestinos que se projetou na Música Popular Brasileira durante a década de 1970.

O resultado dessa admiração mútua o público confere na turnê Violivoz, que se inicia nests sexta-feria (29), em Recife, e passa por mais oito capittais. O show chega Salvador nos dias 14 e 15 de janeiro, no palco do Teatro Castro Alves.