Ciência e tecnologia triunfam em 2020

Busca por tratamentos colocou pesquisadores no centro das atenções

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  • Do Estúdio

Publicado em 23 de dezembro de 2020 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Gilberto Jr/Coperphoto/Sistema FIEB

O mundo viveu em 2020 um momento inédito. Com países e pessoas muito mais integrados, o novo coronavírus teve seu primeiro caso na China, mas, rapidamente, se espalhou por toda parte causando um grande alerta na saúde pública mundial.

O pânico causado pelo grande poder de transmissão e pela sua alta taxa de letalidade levou pesquisadores e cientistas de todo o mundo a iniciaram uma busca incessante por informações e tratamentos. Ciência e tecnologia ganharam protagonismo. O mundo se voltou para ver o trabalho árduo de pesquisadores para resolver tantos problemas oriundos da Covid-19. Exames, vacinas, estudos. Qualquer avanço foi, e segue sendo comemorado coletivamente.

Em menos de seis meses foram descobertos métodos de diagnósticos para os exames - tanto PCR, que é a pesquisa genética do vírus, quanto dos anticorpos relacionados ao vírus. “Foram desenvolvidas técnicas com uma velocidade nunca antes vista, e agora temos a esperança de ter uma vacina, temos quatro ou cinco fabricantes, que é uma coisa também nunca antes vista, uma vacina fabricada em cerca de um ano. É impressionante a evolução da tecnologia médica nesse período”, destaca Maurício V. Bernardino, presidente e CEO do Labchecap.

Biotecnologia Com a alta procura por exames de Covid, laboratórios precisaram se readaptar à nova demanda e investir em biotecnologia. No Labchecap foi implementado em julho o Setor de Biologia Molecularpara realizar exames com toda segurança e agilidade que o momento requer.

O setor foi instalado originalmente para atender a demanda da covid-19 com o teste molecular RT-qPCR. Exames de biologia molecular permitem ainda detectar presença e quantidade de vírus, caracterização de microrganismos, determinação do genótipo viral e pesquisa de doenças hereditárias com alta sensibilidade e especificidade, inclusive utilizando outros testes que farão parte do portfólio de exames do laboratório.

“Em até 15 dias montamos o Setor de Biologia Molecular, e hoje estamos processando um grande volume de exames e entregando em 24h. Hoje pensamos em inovação em outras áreas da biologia molecular para melhorar o diagnóstico do paciente”, conta Maurício V. Bernardino, presidente e CEO do Labchecap.

O setor está sendo preparado para oferecer novos testes que inspecionam os genes e estimam o risco de desenvolver um câncer lá adiante e tomar medidas para que isso não ocorra, saber da predisposição para doenças neurológicas como alzheimer e Parkinson. “Não dá mais pra ser um laboratório analógico, temos que ser digital, 4.0, usando inteligência artificial, integração com paciente, modificação da jornada do cliente. São aprendizados que ficarão para sempre aqui na empresa”, conta Maurício V. Bernardino.

Avanços Em toda a área de saúde novas tecnologias surgiram e outras seguirão sendo adaptadas para o mundo sem pandemia. “Para nós do CIMATEC foi muito importante estar próximo dos hospitais e entender melhor as suas necessidades. Foi fundamental trabalhar com eles no desenvolvimento de soluções tecnológicas para aplicação rápida, no tempo em que a pandemia exigia. Esta forma de fazer projetos de forma ainda mais dinâmica é uma transformação, um desafio que precisará ser empreendido por todos”, ressalta Luis Alberto Breda, diretor de Operações do SENAI CIMATEC. 

Na instituição, mais de 10 projetos de tecnologia e inovação para o combate à pandemia foram implementados, desde a produção e envase de álcool glicerinado, produção de face Shields, manutenção de respiradores e outros. Um dos destaques logo no início da expansão da pandemia em Salvador foi o túnel de desinfecção para profissionais de saúde, com aplicação exclusiva em hospitais para ajudar a diminuir a contaminação de profissionais de saúde no momento da retirada dos EPIS.

As ações foram desenvolvidas sem custo para os hospitais e instituições que trabalham na linha de frente no combate à pandemia. “Trabalhamos com a captação de recursos via doação de empresas para o desenvolvimento dos projetos. Ficamos muito felizes com a mobilização da sociedade em torno de tudo que era envolvido com as ações de combate à pandemia”, destaca Breda.

Para o gestor, no final deste ano tão difícil, há um sentimento de dever cumprido com a sociedade: Foram recuperados mais de 320 respiradores e mais de 250 bombas de infusão; entregues para hospitais mais de 650 bolhas de contenção; feitos mais de 21.500 testes PCR; produzidos e entregues 50 túneis de desinfecção para hospitais; produzidos e distribuídos mais de 200.000 litros de álcool; produzidos e distribuídos mais de 200.000 face shields.

Números: - 320 respiradores recuperados - 250 bombas de infusão recuperados - 650 bolhas de contenção entregues para hospitais - 21.500 testes PCR - 50 túneis de desinfecção entregues para hospitais - 200 mil litros de álcool produzidos e distribuídos - 200 mil face Shields produzidos e distribuídos

Mineração Por trás de muitos serviços essenciais está o setor da mineração. “A mineração é imprescindível para as outras indústrias e se o setor parasse haveria risco de desabastecimento. A agricultura, por exemplo, depende de produtos minerais como fosfatos, calcário. Nosso cobre vai para geladeiras, eletrônicos, inclusive os respiradores hospitalares”, explica Manoel Valério, diretor de operações da Mineração Caraíba.

Por ser tão essencial, não parou de funcionar durante todo o ano e se manteve firme frente aos desafios impostos pela crise do Covid-19, crescendo 63% até outubro, comparado com o mesmo período do ano passado. Segundo pesquisa do Ministério da Economia, publicada em 1 de novembro pelo jornal Folha de S. Paulo, até julho de 2020 a mineração nacional registrou aumento de 31,9% no faturamento, frente ao mesmo período de 2019.

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