Ciro se diz vítima de 'Estado policial' após ação da PF; Lula se solidariza

Operação da PF investiga possíveis desvios ligados à Arena Castelão

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  • Da Redação

Publicado em 15 de dezembro de 2021 às 11:46

- Atualizado há um ano

. Crédito: Ricardo Stuckert / Instituto Lula/Arquivo

Alvo de uma operação da Polícia Federal nesta quarta-feira (15), o pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) se disse vítima de uma ordem judicial “abusiva” e afirmou que o Brasil vive sob um “Estado policial” na gestão de Jair Bolsonaro. “Até esta manhã, imaginava que vivíamos em um país democrático”, escreveu em suas redes sociais.

Segundo o pedetista, a ação policial tem o “objetivo claro” de prejudicar sua campanha para o Planalto. Ele atribui a operação a uma tentativa de intimidá-lo diante das "denúncias" que faz contra o governo, que, segundo ele, "está dilapidando nosso patrimônio público com esquemas de corrupção de escala inédita". Ciro afirmou ainda que o governo Bolsonaro tem um "braço policialesco" que trata opositores como inimigos a serem destruídos fisicamente.

“Não tenho dúvida de que esta ação tão tardia e despropositada tem o objetivo claro de tentar criar danos à minha pré-candidatura à presidência da República. Da mesma forma tentaram 15 dias antes do primeiro turno da eleição de 2018”, disse. O senador Cid Gomes, irmão de Ciro, também é alvo.

O ex-presidente Lula (PT) usou as redes sociais para declarar sua solidariedade aos irmãos Gomes. "Quero prestar minha solidariedade ao senador Cid Gomes e ao pré-candidato a presidente Ciro Gomes, que tiveram suas casas invadidas sem necessidade, sem serem intimados para depor e sem levar em conta a trajetória de vida idônea dos dois. Eles merecem ser respeitados", escreveu o petista.

Operação O senador Cid Gomes (PDT) e o ex-governador e candidato a presidente Ciro Gomes (PDT) são alvos de operação da Polícia Federal que investiga suspeita de fraudes nas obras do estádio Castelão, entre 2010 e 2013, para a Copa do Mundo de 2014. 

A PF aponta indícios de pagamentos de R$ 11 milhões em propinas diretamente em dinheiro ou disfarçadas de doações eleitorais, com emissões de notas fiscais fraudulentas por empresas fantasmas.

A operação, batizada de "Colosseum", mobiliza 80 policiais federais e faz parte de inquérito policial que investiga fraudes, exigências e pagamentos de propinas a políticos e servidores públicos em licitação do Castelão.

São cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em Fortaleza/CE, Meruoca/CE, Juazeiro do Norte/CE, São Paulo/SP, Belo Horizonte/MG e São Luís/MA. As buscas têm como objetivo apreender mídias digitais, aparelhos celulares e documentos.