Colégio Estadual de Rodelas é incendiado; veja vídeo

Unidade de ensino era a única que atendia alunos do ensino médio na região

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  • Kalven Figueiredo

Publicado em 5 de janeiro de 2019 às 13:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Acervo Pessoal / Generino Gabriel de Jesus

O Colégio Estadual Dulcina Cruz Lima, do município de Rodelas, no Norte da Bahia, foi incendiado na madrugada deste sábado (5). O município, que fica a 115 quilômetros de Paulo Afonso, só contava com essa unidade de ensino pública para atender aos alunos do Ensino Médio. O incêndio queimou quase metade da estrutura da escola, comprometendo as fichas de todos os alunos da instituição, exceto os de 2018. Também foram atingidos equipamentos como notebooks, computadores, impressoras, projetores e ventiladores. 

O ataque queimou cerca de 90% dos documentos da escola, segundo avaliou a vice direção da unidade. “A pessoa que entrou na escola tinha uma intenção clara, porque separou os documentos dos alunos de 2018 e queimou todos os outros”, revelou o vice diretor, Generino Gabriel de Jesus. Ele ainda lembrou que essa não é a primeira vez que a unidade é atacada desta forma. “Da primeira vez, entraram na escola, queimaram documentos e quebraram impressoras. Na semana passada, entraram e levaram quatro notebooks. No ataque de ontem à noite, queimaram o que restou”, disse. 

Generino ainda avaliou que será necessário uma reforma em pelo menos metade das paredes da escola que foram atingidas pelo incêndio e comprometem sua estrutura. Ele contou ainda que as matrículas que estavam previstas para os dias 26 e 27 deste mês precisarão ser adiadas, o que deverá prejudicar cerca de 500 alunos que estudam na unidade. “Se a reforma durar de dois a três meses, nós conseguiremos administrar esse atraso com algumas alterações no calendário”, pontuou. 

A reforma precisará ser feita com certa urgência. Segundo o gestor, a Secretaria da Educação do Estado informou que o engenheiro chega na segunda para fazer as devidas avaliações no prédio. 

Generino responsabiliza o estado pela tragédia que ocorreu na unidade. Segundo ele, uma medida do governo retirou os vigilantes noturnos responsáveis pelas unidades de ensino de todas as cidades com menos de 100 mil habitantes. “Foi uma falha gigantesca do estado. Eu, como vice diretor, venho solicitando vigilante ao prefeito da cidade, ainda que não seja obrigação dele cuidar da segurança de uma escola do estado, mas não obtive sucesso em nenhuma das duas tentativas. 

Por meio de nota da assessoria de imprensa, a Secretaria de Educação informou que não houve feridos na ação criminosa. A pasta informa ainda que a polícia foi acionada imediatamente para investigar o ocorrido e técnicos do Núcleo Territorial de Educação de Paulo Afonso (NTE 24) foram convocados para “levantar os serviços de manutenção de infraestrutura e a aquisição dos equipamentos necessários para o pleno funcionamento da unidade escolar no ano letivo de 2019”.

A direção ainda está fazendo um levantamento detalhado de todo prejuízo para registrar o boletim de ocorrência na próxima segunda-feira (7). O CORREIO entrou em contato com a delegacia do município, que informou que peritos estão no local avaliando a cena do crime. Até o final da manhã deste sábado nenhum depoimento havia colhido e não havia uma linha de investigação definida.    *sob orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro