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Mesmo com eliminação, torcedoras baianas vibraram pelas meninas do Brasil até os acréscimos
Priscila Natividade
Publicado em 23 de junho de 2019 às 20:14
- Atualizado há um ano
Cruzamento de Majri, e Henry, na pequena área nos minutos finais da prorrogação definiu a vitória da França. É, não deu para a Seleção Feminina, que deixa a Copa do Mundo nas oitavas de final. No entanto, não teve chuva e desânimo que derrubasse a torcida que foi ao Pelourinho para acompanhar a partida, ao som dos tambores da Banda Didá.
“Com título ou sem título, elas são maravilhosas. No mundo onde o machismo vem sendo combatido a Copa também é um espaço de luta para por equidade. A nossa torcida tem esse sentido político de conscientização. O tambor é para emanar esta energia de aliança, dar a mão uma a outra, união das mulheres, de sororidade”, afirma a diretora de Projetos da Didá, Vivian Caroline.
Quem passou pela Rua Gregório de Matos foi logo encostando e procurando um bom lugar para curtir o jogo na televisão instalada em frente à sede da instituição. No intervalo, a Didá esquentava os tambores. E aí, veio o primeiro gol do Brasil logo na volta do segundo tempo. Thaisa pegou sobra na área e finalizou para deixar tudo igual. Confiantes e vestidas com a bandeira do Brasil, as professoras Lucidalva Daltro e Ivone Matos acreditavam na virada.
[[galeria]]“A gente sabe que não tem uma história muito boa contra a França, mas é preciso mostrar para o mundo que não é só homem que sabe jogar futebol. Só Marta conseguiu bater um recorte que nenhum deles conseguiu. Confio nas meninas”, disse Lucidalva. “A gente veste a camisa porque se sente realmente representada por elas”, completou Ivone.Pela primeira vez em Salvador, a turista americana, Emelle Pesicka estava visitando o Pelourinho e ficou muito animada com o apoio das baianas a Seleção Feminina de futebol. Ela é professora e técnica de futebol feminino. “É muito parecido com o que acontece nos Estados Unidos. As mulheres tem muito mais Copa, mas não tem o mesmo reconhecimento por isso. Marta é melhor do que muitos homens jogando. Essa justiça precisa ser feita”.
Para a vendedora Daniele Viana, a Copa foi só uma batalha. As meninas estão no caminho certo. “Não vesti minha camisa em vão. Valeu a pena, o importante é conquistar este espaço. Elas fazem um trabalho muito bonito. Dá orgulho de ver e torcer”.