Com que máscara eu vou? Veja 14 tipos que reduzem o risco de pegar o coronavírus

Especialistas destacam também, a importância do uso correto da cobertura facial e da higienização das mãos com água e sabão ou álcool em gel

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  • Priscila Natividade

Publicado em 27 de setembro de 2020 às 17:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Shutterstock

“A máscara não vai sair tão cedo da nossa rotina até que exista uma vacina efetiva contra a covid-19”. O alerta é do médico e preceptor da residência médica e internato em infectologia do Instituto Couto Maia, Fernando Badaró, que só reforça o quanto ainda vai ser preciso conviver com esse acessório indispensável em tempos de pandemia.

Com a flexibilização das atividades após o isolamento social, especialistas destacaram 14 tipos de cobertura facial que podem ajudar a reduzir o risco de contaminação, se usados corretamente  e aliados à higienização das mãos com água e sabão ou álcool em gel (veja abaixo). Por falar nisso, vale destacar que a máscara precisa cobrir todo o nariz até o queixo. Além disso, as de tecido devem ser trocadas em, no máximo, duas a três horas de uso ou antes disso, se ficarem úmidas.

Mas máscara não é vacina nem elimina a necessidade do distanciamento social. Estar de máscara não é um passaporte  para se aglomerar por aí, como complementa a epidemiologista do Cidacs/Fiocruz e colaboradora da Rede CoVida, Naiá Ortelan: “lembre-se que ainda estamos numa pandemia, que o SARS-CoV-2 tem sofrido modificações. Sempre reflita se, de fato, essa exposição é mesmo necessária. E se for, vá de máscara”. 

1. Máscaras de pano São as mais fáceis de encontrar e também as mais práticas. “Sempre quer for sair de casa, leve duas ou três delas. A cada duas horas, faça a troca e guarde  a suja em um saquinho dentro da bolsa. Um erro constante é deixar essa máscara no queixo, o que acaba expondo ao risco de infecção”, recomenda a infectologista do Hospital da Bahia e professora da Unifacs, Juliana Correia.  Máscaras de tecido são as mais comuns e devem ser trocadas  a cada duas ou três horas (Foto: Shutterstock) 2. Máscaras cirúrgicas descartáveis Estas devem ser descartadas logo após o uso. “Você pode usar, no máximo, 6h. São eficientes. Como elas têm abertura lateral, o ideal é que se mantenha um distanciamento”, explica o diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Antônio Bandeira.

3. Máscaras de polipropileno e algodão O  polipropileno é colocado entre duas camadas de algodão, como afirma a epidemiologista Naiá Ortelan. “Elas conseguem reduzir a transmissão de gotículas em 90% ou mais, em comparação com ausência de cobertura facial”.

4. N-95 A infectologista Juliana Correia destaca que a N-95 é a que garante a maior vedação, porém, é recomendada para ser utilizada pelos profissionais de saúde. “Além de proteger das gotículas, protege também dos aerossóis que são partículas menores que ficam suspensas no ar da fala, da tosse e do espirro, portanto, podem conter vírus e bactérias”.  As máscaras descartáveis podem ser usadas, no máximo, até seis horas  (Foto: Shutterstock) 5. Bandanas A epidemiologista Naiá Ortelan pontua que, de acordo com uma pesquisa recente, a proteção de bandanas feitas de lenços e usadas como máscara foi de apenas 5%. “No ranking do estudo, as bandanas ocuparam a penúltima posição, perdendo somente para a gola de pescoço usada como máscara”.

6. Máscaras com camada tripla Para o diretor da SBI, Antônio Bandeira, o ideal é que as máscaras de tecido tenham três camadas: “ou seja,  duas de algodão e uma de um tecido que possa ficar na parte externa”, complementa.

7. Máscaras de tecido híbrido O tecido híbrido, formado pela combinação do algodão com o polipropileno e o poliéster  tem excelente capacidade de filtração de gotículas. Porém, a epidemiologista Naiá Ortelan chama atenção para a questão do conforto: “a depender da atividade desempenhada, pode causar maior sensação de falta de ar e aquecimento no rosto”.  A N-95 é a que garante maior vedação (Foto: Shutterstock) 8. Máscaras de tecido com filtro reutilizável O que precisa ser observado é a porosidade do tecido desse filtro, como indica o médico e preceptor da residência médica e internato em infectologia do Instituto Couto Maia, Fernando Badaró. “O ideal é usar tecidos com uma malha mais fechada”, diz.

9. Máscara de poliéster A epidemiologista Naiá Ortelan reforça que não há, até o momento, nenhuma evidência sobre a eficácia deste tipo de máscara. “Se essa máscara tiver, no mínimo, duas camadas e a trama for bem fechada é provável que seja eficiente. Por outro lado, deve-se avaliar se ela não traz maior sensação de aquecimento ao rosto”.

10. Antivirais/ vírus block São máscaras que, segundo o infectologista Fernando Badaró, ainda não têm pesquisas suficientes. “O certo é usar uma máscara que proteja, que tenha de duas a três camadas. Efetivamente comprovado, só a NR-95 tem eficácia garantida sobre a proteção mais completa contra partículas e aerossóis”.  Quanto maior o número de camadas, melhor. A máscara precisa cobrir todo o nariz até o queixo (Foto: Shutterstock) 11. Máscaras com camada dupla As máscaras de tecido não aguentam mais do que 2h, sobretudo, se forem máscaras de camada dupla, como orienta a infectologista Juliana Correia. “Quanto menor o número de camadas, menor a eficiência. A Organização Mundial de Saúde (OMS) orienta que a máscara tenha duas ou três camadas de algodão e um tecido de malha bem fechado”.

12. Zero costura/ máscaras off Tudo depende também da quantidade de camadas, insiste o infectologista Fernando Badaró. O que precisa ser observado na máscara off é como fica a proteção quando o tecido é esticado. “Se essa máscara tem várias camadas de proteção, ela é efetiva. Principalmente, por ser uma malha que estica não pode ter uma barreira única”.

13. Máscaras caseiras com perfex O perfex (pano multiuso geralmente usado na limpeza da cozinha) é poroso e não protege. Por isso não é recomendado pelo infectologista Fernando Badaró. “Ele não serve. Prefira o algodão e lembre-se que a máscara não pode ficar transparente. As camadas de proteção são fundamentais”.

14. Máscaras com proteção UV Elas garantem essa proteção desde que o tecido consiga impedir a passagem de luz. “É preciso observar se o tecido que a máscara foi feita conta mesmo com essa tecnologia UV mais a presença das camadas”, considera o infectologista Fernando Badaró.