Começa o depoimento de Sergio Moro na PF

Três procuradores indicados pela PGR também vão para acompanhar o depoimento do ex-ministro da Justiça

  • D
  • Da Redação

Publicado em 2 de maio de 2020 às 14:29

- Atualizado há um ano

. Crédito: .

O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, começou a prestar depoimento na Polícia Federal, em Curitiba (PR), neste sábado (2). Três procuradores indicados pela Procuradoria Geral da República (PGR) também acompanham o depoimento de Moro, que chegou no local por volta de 13h50 com o advogado, pelo portão dos fundos.

Segundo informações da GloboNews, o depoimento está acontecendo em uma sala ampla da PF, onde todos os presentes - incluindo dois delegados da PF e um escrivão - estão afastados uns dos outros a uma distância de 1,5 m e usando máscaras.

Moro será questionado sobre as acusações de que o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir em inquéritos relacionados a familiares e no trabalho da Polícia Federal, feitas pelo ex-ministro durante sua saída do Governo.

Autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o inquérito vai investigar se as acusações de Moro são verdadeiras. Caso as afirmações sejam falsas, o ex-ministro poderá responder na Justiça por denunciação caluniosa e crimes contra a honra.

Segundo o Estadão, o objetivo do inquérito é analisar se foram cometidos os crimes de falsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia administrativa, prevaricação, obstrução de Justiça, corrupção passiva privilegiada, denunciação caluniosa e crime contra a honra.

Manifestação Ainda segundo o Estadão, antes da chegada de Moro, um grupo de apoiadores do presidente (menos de 100 pessoas) ficou desde as 10h na frente da sede da PF com palavras de ordem contra Moro e a imprensa. "Com tantos crimes maiores, porque ele quis se voltar contra o presidente e sua família?", gritavam do carro de som.

Militantes tomavam o microfone e chamavam Moro de "Judas", "rato", e chegaram a falar que "a biografia do Moro deveria ser jogada na privada". "Porque não investigava quem tentou matar o presidente?", gritavam. Com Moro já no interior da sede, cobraram sua presença. Um manifestante disse que ele "não teve dignidade de vir dar oi para as duas únicas pessoas que estão aqui defendendo, pois todas outras estão com o presidente". Cerca de cinco apoiadores de Moro levaram faixas a seu favor. "Acreditamos na honestidade de Sergio Moro, assim como ele fez na Lava-Jato ele tentou fazer no Ministério da Justiça, mas chegou perto dos filhos do presidente", disse o consultor Marcos Silva. O servidor público Alvaro Faria também estava presente e vestia uma camiseta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi condenado pela Operação Lava Jato. O manifestante fez críticas ao ex-juiz federal. "Faço questão de estar aqui para ver Moro depondo, ele que vazou áudios ilegalmente para prejudicar Dilma e Lula, que inflamou uma manifestação que iria acontecer depois, merece responder por isso também", comentou. Minutos depois, o apoiador de Lula precisou ser retirado do local. Em outro momento, um cinegrafista da RIC teve seu equipamento atingido por um manifestante, que foi contido pela Polícia Militar e levado para fora da área de imprensa. Após a tentativa de agressão, a PM precisou reforçar seu contingente em frente à sede da PF.