Comunidade e prefeitura se unem para salvar Lagoa dos Patos, na Pituba

Local receberá plantio de árvores, captação de água e receberá novos equipamentos

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  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 1 de junho de 2019 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Marcelo Gandra/Divulgação

Entre as ruas Piauí e Maranhão, na Pituba, tem uma lagoa. Suas águas não estão mais cercadas de dunas ou a água é escura, no entanto, o espaço representa um oásis de verde e natureza encravado em pleno centro urbano da capital baiana. Batizada de Lagoa Vela Branca, mas carinhosamente chamada de Lagoa do Patos, o espaço está passando por um processo de revitalização para que volte a abrigar a fauna local, que tinha até um jacaré, além de muitas aves.

O projeto consiste em replantar a vegetação nativa e hidrófila, ampliar a captação de água e requalificar fisicamente com novos equipamentos. Até agora já foram plantadas 35 árvores no local, entre Ingás, Aroeiras, Jenipapo, Pata de Vaca, entre outras. De acordo com o secretário municipal de Cidades Sustentáveis e Inovação, André Fraga, a proposta possui diversas frentes de atuação e, desde fevereiro, é realizado o monitoramento da água através dos poços piezométricos.

Numa dessas frentes de atuação, a Secretaria de Manutenção da Cidade (Seman) instalará parque infantil, cachorrodrómo, academia da melhor idade, mudança na iluminação e a construção de uma passarela sobre a lagoa, além da renovação do paisagismo.

“Temos uma parceria com a Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (ADEMI-BA) e a Universidade para realizar um monitoramento do nível de água do manancial e a pressão com que essa água chega ao local, além do reflorestamento da área com espécies nativas”, esclarece Fraga, salientando que a revitalização também contempla a erradicação de espécies invasoras, como as amendoeiras, que comprometem o equilíbrio da lagoa.  O secretário André Fraga (camisa preta) ressalta a importância da comunidade para efetivar as ações de recuperação realizadas pelo poder público (Foto: Marcelo Gandra/Divulgação) O projeto de requalificação também prevê a ampliação de captação de água e requalificação física do espaço, além da promoção de ações de fiscalização e educação ambiental.

Residente na localidade há mais de duas décadas, Augusto Rosal comemora a possibilidade de revitalizar o espaço que, por décadas, foi degradado em virtude do modelo de ocupação e da presença de poços artesianos, que retiram a água do subsolo, matando a lagoa. "A lagoa estava precária, precisando de atenção do poder público. Esse plantio é uma das medidas muito positivas que vai salvá-la", festeja.  

O secretário, no entanto, diz que as ações do poder público terminam tendo pouca efetividade se não houver um comprometimento da comunidade local. “Estamos reunindo esforços para ver a lagoa bonita novamente, mas é fundamental que os moradores tenham uma participação efetiva nessas ações”, pontua, destacando a necessidade de  fiscalização dos poços no entorno.