Congresso na Bahia reúne setor de florestas plantadas do Brasil

Atividade representa cerca de 4% do PIB baiano, gerando mais de R$ 9,3 bilhões de por ano para o estado

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  • Da Redação

Publicado em 7 de agosto de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: (Foto: Geisson Rezende / ABAF)

Durante dois dias Salvador se transformará em palco nacional de discussões sobre as florestas plantadas e a produção sustentável de árvores para a indústria de transformação. A partir de hoje (07/08) a capital baiana sediará o IV Congresso Brasileiro de Eucalipto.

O congresso será realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado da Bahia, no Stiep, e contará com a participação de representantes de vários estados. 

Nesta edição, o assunto principal será o uso múltiplo sustentável. O tema não poderia ser mais apropriado. O cultivo de eucalipto abastece uma cadeia produtiva cada vez mais variada. O uso desta árvore vai da produção básica de madeira para aquecer fornos industriais à produção de papel, celulose, móveis, carvão vegetal e lenha para processamento de grãos, ou seja, biocombustíveis. Em expansão no mundo inteiro, a floresta plantada de eucalipto é considerada uma das saídas mais viáveis para substituir os combustíveis fósseis.

Durante o congresso os representantes da silvicultura nacional vão discutir os avanços tecnológicos e as oportunidades de negócios, além de questões como regulamentação ambiental e uso dos recursos hídricos. Um dos principais objetivos é traçar metas e alternativas para superar os entraves que ainda atrapalham o desenvolvimento das florestas plantadas no Brasil.

"O setor já provou que é rentável e oferece benefícios econômicos, sociais e ambientais. Precisamos resolver questões de logística, finalizar as ferrovias para integrar o oeste do estado ao processo produtivo, e diminuir a burocracia no processo de licenciamento ambiental", afirma Wilson Andrade, diretor executivo da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF), que completa: "Outras dificuldades são a modernização do setor tributário nacional, a falta de regulamentação, e a atualização da permissão para investimento estrangeiro nas atividades agropecuárias no Brasil. A insegurança jurídica impede a vinda de novos investimentos". 

O Congresso está sendo realizado pela ABAF em parceria com o Centro de Desenvolvimento do Agronegócio (Cedagro). Vão participar do encontro representantes do Ministério da Agricultura, da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Seagri, Faeb, além de pesquisadores e empresários que atuam em várias fases da cadeia produtiva, desde a produção de insumos à exportação.

O presidente da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Paulo Hartung, será um dos palestrantes do congresso (foto: Divulgação) LANÇAMENTO

Também durante o encontro será lançada a edição 2019 da Bahia Florestal, um relatório com os principais indicadores do setor no estado. Um dos maiores desafios da silvicultura na Bahia é se tornar autossuficiente. O estado está longe de produzir a quantidade de madeira que necessita, apesar do potencial de crescimento. De acordo com a ABAF, cerca de 80% da madeira consumida por aqui ainda vem de fora do estado.

Para aumentar a produção interna, o setor vem apoiando pequenos e médios produtores a investirem em novos plantios de florestas comerciais. Na Bahia, os empresários do setor mantêm ainda vários programas de conscientização sobre cultivo, manejo, educação ambiental e pesquisas sobre eucalipto.

“Temos, inclusive, um grupo de trabalho e pesquisa em madeira que pretende ampliar o conhecimento de alunos e professores sobre o uso da madeira plantada na Construção Civil e na Arquitetura”, afirma Paulo Andrade, diretor do programa de ambiente florestal sustentável (PAFS).

De acordo com o último levantamento oficial, o setor florestal representa cerca de 4% do Produto Interno Bruto da Bahia, e gera mais de R$ 9,3 bilhões de por ano para a economia do estado. Dados do IBGE mostram que o Brasil tem mais de 10 milhões de árvores plantadas. A área representa apenas 1% do território nacional, mas gera mais de 90% da madeira usada pelas indústrias.

O segmento tem uma importância cada vez maior para a economia brasileira. No ano passado as exportações de madeira geraram mais de US$ 12,5 bilhões para a balança comercial brasileira. A China é a principal compradora.

SERVIÇO

O QUE: IV Congresso Brasileiro de EucaliptoQUANDO: 07 e 08 de agosto de 2019ONDE: Sede da FIEB, SalvadorMAIS INFORMAÇÕES: www.congressoeucalipto.com.br