Conheça Marina Baggio, a artista visual que assina a ilustração do projeto Outubro Rosa, do Correio

Trabalho inclui artes plásticas, audiovisual, fotografia e design gráfico

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  • Do Estúdio

Publicado em 24 de outubro de 2020 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arquivo pessoal

Aos 24 anos, Marina Baggio já tem uma bela e desbravadora história tendo a arte como catalizadora.  Há cinco anos, a gaúcha com alma baiana se descobriu como artista visual, trabalhando com artes plásticas, audiovisual, fotografia e design gráfico. É ela quem assina a programação visual da campanha de 2020 do Outubro Rosa, criada pelo Correio para ajudar a conscientizar o público sobre o câncer de mama no mês dedicado ao tema. 

“Fiquei super contente em trabalhar para uma ação tão necessária. É uma campanha de conscientização para mulheres e é importante disseminar informação para que elas estejam conectadas com seus corpos e alertas para qualquer alteração suspeita. Também penso muito nas que passaram e estão passando por essa barra, principalmente agora em tempos tão difíceis de pandemia, onde todos os sentimentos ficam à flor da pele”, comenta Marina sobre o convite.  Arte criada pela artista visual para o projeto Outubro Rosa, do Correio  Para criar a arte, ela pensou em alguns sentimentos que gostaria de transmitir: superação, coragem, força, fé, cura. “Que elas possam acreditar que é possível, que elas possam confiar na melhora”. A artista fez os desenhos à mão livre com caneta nanquim e coloração e depois finalizou digitalmente.

Arte libertadora Marina Baggio é um nome conhecido por quem trabalha com moda há algum tempo. Ela começou como modelo aos 12 anos. “Sempre tive curiosidade sobre o mundo e criei gosto pelo trabalho cedo. A profissão me deu abertura para viagens, independência e maturidade. Com 16, fui morar na China, uma experiência ótima para o meu crescimento, mas voltei para o Brasil deprimida e com transtorno alimentar devido aos severos padrões da moda”, relata. 

Foi quando desenhar virou sua terapia e a jovem inquieta, que não se imaginava trabalhando com arte, acabou se descobrindo ao levar seus desenhos à mão livre para espaços, objetos e corpos. “As outras vertentes foram entrando de forma orgânica na minha vida por influências, curiosidade e oportunidades. Hoje estou com 24 anos e faz cinco que vivo de arte, carreira que sempre levei de forma independente e autodidata”, explica. A artista conta que se identifica com as incertezas, instabilidades e questionamentos inerentes à profissão que abraçou.“Estou sempre focada e aberta para produzir e experimentar coisas novas, o que sempre me levou a viver muitas experiências e realizar trabalhos pelo mundo”Descobertas Marina Baggio acredita que a capacidade de adaptação das pessoas tenha vindo à tona com a pandemia. “São tempos muito tristes e nebulosos para se viver e isso vem causando sensações esquisitas, ansiedades e incertezas em todos nós”. Ela conta que boa parte da quarentena no mato com uma família de amigos e a experiência “foi um privilégio”. “Impossibilitada de estar perto das pessoas e de criar nos espaços, acho que teria pirado na cidade”.

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Por conta do isolamento, a artista ficou trabalhando online em peças gráficas e na criação de conteúdos. “Foi valioso estar em contato direto com a natureza para deixar a mente sã. Produzi uma série de telas que estão à venda através do meu e-mail [email protected]. Aos poucos tenho retomado os trabalhos presenciais dentro de todos os protocolos que, principalmente no audiovisual, estão sendo rigorosos, o que acho ótimo. Também tenho pintado em ambientes com todos os cuidados e distanciamento e sigo com os trabalhos online”.

Vivências “Sou baiana de coração porque fui feita em Salvador. Meus pais só me levaram para nascer em Porto Alegre, no meio da família, e logo voltamos para Bahia. Fui criada em Stella Maris e Salvador é meu ninho”, revela a artista, que hoje vive no Rio de Janeiro. “Não é a primeira vez que moro aqui e nem a última. Gosto do movimento e de acumular vivências pelos lugares”.

No Rio, Marina tem se expressado através de outros meios. “Fotografei e operei câmera pela primeira vez para um programa de TV que está no ar e estou tendo minha primeira experiência com teatro na produção de uma peça dentro desses novos formatos pandêmicos”, revela a artista, que no ano passado começou a rodar seu primeiro longa-metragem. O filme foi escrito e será dirigido e filmado por ela, com lançamento previsto para daqui há 8 anos.“Produzir coisas autorais paralelas às comerciais fazem parte do meu processo criativo. Não segui um caminho acadêmico, então aprendo muito com leituras, observando outros profissionais, trocando com eles, me mantendo ligada e observando tudo à minha volta e experimentando”, dá a dica. Como desde nova Marina trabalha com diversas equipes diferentes pelo mundo, já vivenciou muitas situações culturais, diferentes modos operantes, sets e produções dentro de funções e responsabilidades diferentes. “Muitas pessoas enxergam esse hibridismo como um caminho sem foco, mas na minha cabeça as artes se comunicam e consigo integrar os conhecimentos e trabalhos. Minha sensibilidade com a tinta e com os traços me leva a ser mais gentil com a câmera, com a estética e com o tratamento com as pessoas, assim como trabalhar com coisas mais comerciais me leva a pintar com mais liberdade, então acredito mesmo que uma coisa leva a outra", avalia. 

"É se entregar aos caminhos. Saber o que é nosso, o que nos foi dado, o que foi conquistado, o que merecemos, o que é ego e o que tiramos disso tudo”. Uma bela lição.

O projeto especial Outubro Rosa é uma realização do jornal Correio, com patrocínio do Hapvida, parceria do Sebrae, apoio da Claro e arte de Marina Baggio.

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