Conheça os cinco pilares da estratégia para tornar Salvador resiliente

Cidade conta com planejamento em longo prazo rumo ao desenvolvimento sustentável

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  • Do Estúdio

Publicado em 8 de agosto de 2019 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Shutterstock

Qual será a situação de Salvador em 2049, quando a cidade completará 500 anos? Embora a data pareça longínqua, ter um planejamento para as próximas três décadas é fundamental para os filhos e netos da atual geração de soteropolitanos. Por esse motivo, a Prefeitura de Salvador lançou em março o Plano Salvador Resiliente, o qual pretende traçar uma série de estratégias com o objetivo de que a capital venha a ser reconhecida como um polo de desenvolvimento sustentável e tecnológico, capaz de promover a integração das pessoas, a inclusão e a resiliência.

De acordo com a definição da Fundação Rockefeller, resiliência urbana é a capacidade que indivíduos, comunidades, instituições e sistemas dentro de uma cidade têm de sobreviver, se adaptar e crescer, independentemente dos choques e estresses crônicos aos quais são submetidos. Para Salvador, a construção da resiliência visa prevenir e superar o custo da desigualdade socioeconômica, ao valorizar seus ativos para o desenvolvimento humano e urbano integrado e inclusivo.

“As iniciativas sugeridas têm implantação de curto, médio e longo prazos, mas todas trazem impactos múltiplos de alcance futuro e perene, garantindo que a cidade se beneficie com os dividendos da resiliência”, destaca o prefeito de Salvador ACM Neto. O gestor acrescenta que, com essa estratégia, Salvador assume sua liderança como cidade global. “Garantimos nosso compromisso com uma agenda contemporânea.  Anuncio do Plano Salvador Cidade Resiliente (Foto: Arisson Marinho / Correio) O secretário municipal de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência, André Fraga, observa que resiliência e sustentabilidade são conceitos estratégicos essenciais na nova era da governança urbana. “As iniciativas propostas na Estratégia de Resiliência estão centradas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas e reforçam nosso papel de liderança quando o assunto é sustentabilidade, resiliência e mudanças climáticas”, endossa.

Ação Entre os planos imediatos já apresentados pela diretora de Resiliência de Salvador, Adriana Campelo, um tem foco na economia circular, o segundo traz um guia de design urbano para favorecer crianças de comunidades vulneráveis e o terceiro melhora a acessibilidade da população que vive no entorno do futuro BRT em relação ao modal. “Chegamos a coletar 317 iniciativas e usamos os 17 ODS para selecionar 60 ações”, afirma Campelo. Essas ações contaram com a participação de diversos setores da sociedade civil organizada e de parceiros importantes, tanto em nível nacional quanto internacional.

Na terça-feira (06/08) foram divulgados os projetos vencedores do Desafio de Impacto Salvador Resiliente – Economia Circular, promovido pela Prefeitura de Salvador. No setor de gastronomia, a iniciativa selecionada foi a Combra Food, uma plataforma online que gerenciará a compra e logística de entrega entre cooperativa agrícola e restaurantes da capital, a fim de facilitar o processo de fornecimento e recebimento de alimentos.

Biofertilizantes Já na área de resíduos sólidos, a iniciativa Economia Circular em Salvador vai desenvolver e aprimorar um modelo de negócio prático, inclusivo e replicável de como transformar os resíduos orgânicos em adubos e biofertilizantes, que serão destinados para agricultores. Estes, vendem os alimentos produzidos com adubos e biofertilizantes aos consumidores e/ou restaurantes, conectando a cadeia de resíduos com a de produção de alimento e, com isso, fechando um ciclo de economia circular sustentável.

Por fim, na área de tratamento de água e esgoto, a iniciativa BioEconomia visa promover o tratamento de água proveniente de rios e efluentes, permitindo que Salvador tenha rios e praias mais limpas. A solução utiliza biotecnologia - microalgas - para a remoção e transformação de poluentes das águas em produtos como biodiesel, biopolímeros e biofertilizantes.

Pilares O Plano Salvador Resiliente conta com cinco pilares estratégicos. O primeiro deles é “Cultura e Múltiplas Identidades”, o qual objetiva valorizar e requalificar o patrimônio histórico de Salvador; fortalecer a diversidade cultural soteropolitana, fomentando-a como ativo para o desenvolvimento econômico; e dar visibilidade e consolidação às múltiplas identidades territoriais da cidade.

Ampliar o acesso à educação e saúde públicas de qualidade, bem como fomentar a corresponsabilidade e cultura cidadã são os principais objetivos do segundo pilar: “Comunidade Saudável e Engajada”. O terceiro, batizado de “Economia Diversificada e Inclusiva”, pretende apoiar e facilitar o empreendedorismo de negócios inovadores, inclusivos e sustentáveis; fortalecer o setor turístico de forma integrada e sustentável; além de promover atividades de capacitação para fortalecer e diversificar a economia local.

Inovação Adotar uma política forte em tecnologia com padrões e processos que permitam conhecer a cidade é uma das metas do quarto pilar: “Cidade Informada e Governança Inovadora”, o qual objetiva a prestação de serviços de maneira inclusiva, inovadora e integrada através de uma gestão de dados transparente e eficiente. Por fim, o quinto pilar (Transformação Urbana Sustentável) visa preparar Salvador para as mudanças climáticas, dotando-a de mecanismos de adaptação e mitigação dos riscos ambientais em prol do bem-estar da população.

Salvador é uma das 16 cidades da América Latina que integram o programa 100 Cidades Resilientes da Fundação Rockefeller, iniciativa que auxilia metrópoles em todo o mundo a se tornarem mais resistentes aos desafios físicos, sociais e econômicos do século 21.

Para conhecer a estratégia completa do Plano Salvador Resiliente, clique aqui.

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