Consumo de adoçantes, aves e sanduíches cresce no Nordeste

Pesquisa mostrou também que café, arroz e feijão são os alimentos mais populares na região

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  • Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2020 às 15:43

- Atualizado há um ano

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Entre 2008 e 2018, os alimentos que viram seu número de consumidores crescer mais no Nordeste foram, respectivamente, os adoçantes, as aves e os sanduíches. Os indicadores estão na “Análise do consumo alimentar pessoal no Brasil” da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018 e foram publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 21.

Os adoçantes praticamente não eram consumidos no Nordeste em 2008-2009. O percentual da população de 10 anos ou mais de idade na região que havia ingerido o produto no período de coleta da POF era quase nulo.

Neste levantamento mais recente, de 2017-2018, esse número de consumidores chegou a significativos 8,2% da população, a segunda maior percentagem entre as regiões.

O Nordeste perde apenas para o Sudeste em consumo de adoçante, onde 1 em cada 10 pessoas (10,2%) consumiu o produto em 2017-2018. A mudança fez os adoçantes passarem da última colocação entre os 101 alimentos investigados pelo IBGE para a 25ª no território nordestino.

Além disso, o percentual do consumo aves também aumentou na região, saindo de 29,7% em 2008-2009 para 37,4% em 2017-2018, sendo o maior do País. Nesse intervalo de tempo, as aves passaram de 8º para 6° alimento mais popular entre os nordestinos.

Os sanduíches aparecem em terceiro lugar entre os alimentos que mais ganharam consumidores no Nordeste. O consumo desses produtos estava em 4,4% na POF 2007-2008 (34ª posição entre os 101 alimentos pesquisados).

Dez anos depois já eram consumidos por 1 em cada 10 nordestinos (11,2% da população), ficando como 18º alimento mais popular.

Café, arroz e feijão  No Nordeste, os alimentos mais populares são os mesmos: café, consumido por 80,5% da população de 10 anos ou mais de idade, arroz (80%), feijão (57,3%) e pão de sal (44,2%).

A pesquisa mostrou também que, ao longo de dez anos, esse alimentos mais consumidos perderam participação no consumo da população nordestina. Dentre esses líderes, o pão de sal teve a maior queda.

Em 2008-2009, ele era consumido por 55% das pessoas no Nordeste, indo a 44,2% em 2017-2018, um recuo de 10,8 pontos percentuais. Foi a segunda maior perda de participação dentre todos os 101 alimentos investigados na POF, do IBGE.

O primeiro lugar, considerando todos os alimentos, ficou para a carne bovina, caindo de 44,4% para 33,5%, o equivalente a -10,9 pontos percentuais.

No inquérito de 2008-2009, 44,4% da população da região havia ingerido carne bovina no período de pesquisa da POF. Dez anos depois, o percentual havia recuado para 33,5%. Isso levou a carne passar de 5° para 8° alimento com maior número de consumidores no Nordeste, entre 2008 e 2018.

Com a terceira maior redução entre os alimentos, o feijão caiu de uma frequência de consumo de 67,1% para 57,3% da população do Nordeste (-9,8 pontos percentuais), entre 2008 e 2018.

Já o café teve queda de 3 pontos percentuais (de 83,5% para 80,5%), e o arroz teve uma leve variação negativa no consumo, de 80,3% para 80% da população nordestina, entre 2008 e 2018.

Alimentos menos consumidos pelos nordestinos Em relação aos alimentos que menos pessoas consumiram no Nordeste, segundo a POF 2017- 2018, a pesquisa indicou o vinho, o chuchu e a couve. Cada um foi consumido por apenas 0,2% da população de 10 anos ou mais de idade na região, durante o período de coleta da POF.

Comparando com a pesquisa de 2008-2009, nenhum deles mostrou diferença significativa em termos de frequência de consumo: naquele ano, 0,3% da população do Nordeste havia ingerido chuchu e couve e 0,1% havia bebido vinho.

Reforçando esse indicador, o chuchu e a couve foram também os alimentos consumidos em menor quantidade por pessoa, no Nordeste, com um per capita de 0,1 g/dia, cada um, em 2017-2018.

Alimentação fora de casa cresce na região Ainda conforme o IBGE, o Nordeste foi uma das duas regiões onde cresceu o percentual de pessoas que consumiam alimentos fora de casa entre 2008 e 2018.

O índice passou de 33,5% da população de 10 anos ou mais de idade para 34,8%, no período entre os dois levantamentos. A porcentagem da população que fazia refeições fora também aumentou no Centro Oeste, e de forma mais intensa, passando de 42,0% para 47,7%, entre 2008 e 2018.

Os três alimentos mais consumidos fora de casa pelos nordestinos eram bebidas alcoólicas: bebidas destiladas (72,9% consumidas fora), cerveja (65,7% consumida fora) e vinho (55,3%). Na sequência, vinham outras bebidas não alcoólicas (51,%) e salgados fritos e assados (46,9% consumidos fora de casa).

De modo geral, houve redução da prevalência de consumo alimentar fora do domicílio no Brasil como um todo. O percentual caiu de 40,2% em 2008-2009 para 36,5% em 2017-2018. A redução mais expressiva foi na região Norte (de 42,6% da população para 30,5%).

Matéria originalmente publicada em O Povo