Conta de água subiu? Veja dicas para economizar e pagar menos no fim do mês

Consumo de água aumentou até 30% no começo do ano

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  • Da Redação

Publicado em 9 de março de 2022 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Marina Silva/CORREIO

Nos primeiros meses do ano, no verão de Salvador, os termômetros sobem, turistas chegam e o consumo de água aumenta também. Todos os anos, nessa época, há alta de demanda nos reservatórios estaduais de 15% a 20%. Segundo a gerente da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), na Unidade Regional de Camaçari, Thaís Vieira, algumas regiões consomem mais que outras. É o caso do Litoral Norte, que cresce o consumo em 30%, principalmente em Praia do Forte, Guarajuba, Itacimirim, Imbassaí e Jacuípe.  

Segundo Thaís, isso acontece porque, durante o ano, muitas casas residenciais ficam vazias e, durante esse período, alugadas para veraneio. “São casas fechadas o ano todo e, no verão, são alugadas nos feriados, para grupos de 10 e até de 30 pessoas. Nesses pontos turísticos, o aumento é a maior. Tanto é que colocamos o sistema em plena carga no final do ano”, explica a gerente. 

O sócio-diretor da Rent Brasil, uma agência de aluguel por temporada da região, Ivan Arias, confirma que as contas de água sempre aumentam no verão, em torno de 60 a 70%. “O perfil das pessoas que aluga casa não muda, o que muda é a ocupação, que fica em torno de 70 a 90%, às vezes 100%, enquanto que, durante o ano, fica entre 40%e 50%, por isso, aumenta o consumo”, afirma Arias.  

Ele pontua que, como as pessoas vão passar veraneio, não se preocupam tanto em economizar água. “As pessoas chegam aqui para curtir as férias, não têm o mesmo controle nem a mesma consciência de outros períodos e não se importam tanto com as contas. E, evidentemente, o consumo dispara nessas férias de verão, mas os cientes pagam o consumo à parte”, relata.  

A Embasa diz que a população flutuante pode crescer até cinco vezes em algumas praias. Por isso, há aumento expressivo de consumo também em restaurantes, bares e hotéis. No caso do empresário Javier Rozas, 37, que tem dois restaurantes em Praia do Forte, na cidade de Mata de São João, a conta de água chegou 233% mais cara – isso na loja menor que ele administra. Já na loja maior, com capacidade para 60 pessoas, a alta foi de 140%. Em sua residência, o acréscimo foi 90% no verão, comparado a períodos de baixa estação.  

“Sempre temos aumento de água nesse período, por conta do aumento da operacionalidade. No nosso restaurante, tenho dois pontos de consumo de água, os equipamentos usados para lavar louça e a descarga do sanitário. Como tem mais movimento e maior rotatividade, a frequência da lavagem dos pratos é bem maior e mais pessoas usam o banheiro”, explica Rozas, que é argentino e mora na Bahia há 10 anos. Ele ainda integra a Associação Comercial e Turística de Praia do Forte (Turisforte).  

Já nas residências, o empresário diz que percebe maior movimento nas casas. “O pessoal sempre vem veranear aqui e, normalmente, são famílias que alugam. Eles fazem churrasco, vão à piscina, tomam banho, e tudo isso é multiplicado por sete, oito pessoas. No final de ano, a gente sente mais isso, porque chega a ter momentos que falta água”, conta Javier Rozas.  

Em Guarajuba, na cidade de Camaçari, faltou água duas vezes em janeiro, por conta da sobrecarga da ocupação. “Temos um aumento significativo da ocupação, que cresce três a quatro vezes mais, principalmente, em janeiro e fevereiro. Das 750 casas que temos no condomínio Paraíso, todas estão ocupadas. Isso aumenta consideravelmente o consumo de água. Já chegamos a ter falta dois dias, mas não durou 24h”, revela Joel Pereira, administrador do condomínio Paraíso e diretor-executivo da Associação dos Moradores e Condomínios de Guarajuba (Ascon).  

Segundo ele, essa situação de escassez dura mais de 10 anos. “Sempre houve uma demanda reprimida. Esse ano, ficamos sem água por um período mais curto que nos anos anteriores, mas essa dificuldade perdura e a situação não está resolvida. Mas é natural ocorrer falta de água, mas é preciso resolver o problema, porque o usuário não tem compreensão, usa água na hora que quer”, argumenta Oliveira.  

Embasa aumenta operação  Para lidar com esse aumento do consumo de água, a Embasa incrementa a operação nesses meses de sol, acionando novas bombas, para chega à capacidade máxima. “Todo ano, contratamos vigilantes, geradores e uma equipe a mais na operação para garantir o abastecimento para a população”, enfatiza Thaís Vieira. Em Sauípe, a empresa aumenta o fluxo de água em cerca de 58%. “Em Sauípe, captamos água pelo rio e aumentamos a vazão da bomba de 76, em média, até para 120, para ter mais água”, detalha. Já em Guarajuba é preciso colocar dois a três poços a mais.  

Como os sistemas de água estão interligados, eles se complementam. “Temos flexibilidade nos sistemas do litoral, porque são cinco que abastecem a região, de Abrantes e Costa do Sauípe. Então a gente consegue fazer com que um ajude o outro, a depender da necessidade da demanda, para direcionar mais água onde o consumo estiver maior”, esclarece a gerente.  

A Embasa ainda pontua que a média de consumo diário prevista para cada morador deve ser de 110 litros diários. Além desse número, é necessário levar em conta mais 20% do consumo total para reserva de incêndio. A recomendação é sempre checar se as instalações internas estão de acordo com a quantidade de pessoas da casa.  

Tarifa da Embasa subiu 9,1% em três anos A tarifa de cobrança da Embasa subiu 9,1% desde 2019, segundo dados da própria empresa. Em 2021, o valor residencial normal mensal com consumo até 6 m³ era R$ 32,64, mesmo valor de 2020, quando não houve reajuste. Em 2019, esse valor era de R$ 29,90. Para os usuários contemplados com a tarifa social, o valor é R$ 13,40 desde 2019. Não houve reajuste nem em 2020, nem em 2021.

Ela adota um modelo progressivo de cobrança pela água, distribuída por faixas de consumo. Ou seja, paga menos quem consome menos. "A partir do consumo mínimo de 6 metros cúbicos (m3) de água no mês, quanto menor for o volume de água excedente utilizado no imóvel, menor será o valor pago na conta", explica a Embasa. 

Dicas de consumo de água  - Na hora de passar o shampoo e o sabonete no banho, desligue o chuveiro  - Ao lavar o carro, em vez de usar mangueira, use balde   - Faça sua higiene diária, mas não desperdice água. Enquanto estiver escovando os dentes, fazendo a barba ou ensaboando as mãos, deixe a torneira fechada. Reabra apenas para enxaguar   - Substitua vasos antigos por novos, que consomem seis litros por fluxo, e utiliza a caixa com descarga acoplada    - Instale arejadores de vazão nas torneiras. Ele misturar o ar à água, dando uma sensação de maior volume, podendo reduzir o consumo de 50% a 80%. Os modelos mais econômicos funcionam com uma vazão fixa, espalhando a água através de micro jatos   - Deixe acumular as roupas e lave de uma vez. Se for lavar na mão, não feche a torneira enquanto ensaboa e esfrega a roupa    - Use regador em vez de mangueira    - Feche a torneira enquanto ensaboa a louça e não lave hortaliças e legumes em água corrente. Use uma bacia.   - Ao comprar máquina de lavar roupas ou pratos, verifique no manual o consumo de água do produto.    - Jamais use água para varrer a calçada e o quintal. Use a vassoura. Depois jogue a água depositada em um balde (sobras de águas de lavagem de roupas que já estão com sabão, por exemplo).  

Economia em litros   - Pia do banheiro: ao escovar os dentes com a torneira aberta, em cinco minutos gasta-se em média 25 litros de água. Com a torneira fechada, o consumo reduz para 1 litro.   - Chuveiro: em 15 minutos, um banho com o registro aberto é responsável pelo consumo de 138 litros de água, em média. Em cinco minutos, gasta-se 46 litros.   - Vaso sanitário: uma descarga com válvula desregulada ou bacia antiga consome até 30 litros de água. Com a válvula regulada ou bacia acoplada, o consumo é de 10 litros.   - Pia da cozinha: lavando louça com a torneira aberta, em 15 minutos gasta-se em média 75 litros de água. Fechando a torneira, o consumo cai para 46 litros.   - Mangueira: regar o jardim com a mangueira comum aberta durante 10 minutos corresponde a um consumo de 186 litros de água. Com a mangueira esguicho tipo revólver, o consumo cai para 90 litros em média.