Contra o fechamento da Petrobras na Bahia, funcionários e entidades participam de ato público

Mobilização na Assembleia Legislativa contou com a presença de parlamentares

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  • Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2019 às 11:59

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Carol de Athayde/Divulgação

Petroleiros, entidades da sociedade civil, prefeitos e parlamentares baianos participaram, na manhã desta segunda-feira (23), de uma mobilização pela permanência da Petrobras na Bahia. O ato público, que aconteceu no auditório Jorge Calmon da Assembleia Legislativa, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), começou às 9h, para protestar contra o encerramento das atividades da estatal no estado. “A Petrobras irriga a economia da Bahia como um todo, atuando direta e indiretamente com quase 20 mil empregos em 21 cidades. Na nossa visão, a saída da Petrobras vai empobrecer o estado e prejudicar o estado”, afirmou o diretor de comunicação do Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-BA), Radiovaldo Costa. Este mês, o CORREIO mostrou que a Petrobras deve fechar a Torre Pituba, em Salvador. De acordo com o Sindipetro-BA, cerca de 1,5 mil servidores devem ser deslocados para São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Outros 2,5 mil terceirizados que trabalham no prédio devem ser demitidos. À reportagem, os funcionários criticaram a falta de clareza sobre os próximos passos da empresa. 

Nesta segunda, segundo o Sindipetro-BA, o ato público em defesa da Petrobras reuniu cerca de duas mil pessoas. Além de servidores e terceirizados da empresa, há representantes de mais de 10 cidades do interior do estado, incluindo Alagoinhas, Araçás, Camaçari, Candeias, Cardeal da Silva, Catu, Entre Rios, Esplanada, Madre de Deus, Pojuca, São Francisco do Conde, São Sebastião do Passé. 

Os prefeitos de Alagoinhas, Araçás, Candeias, Cardeal da Silva, Catu e Entre Rios também estiveram presentes na manifestação. “Essas cidades serão diretamente impactadas com a saída da Petrobras da Bahia. Nós iremos manter uma luta intensa nas próximas semanas, porque o nosso objetivo real é garantir o emprego das pessoas”, completa Costa.  Petrobras tem unidades em 21 municípios baianos (Foto: Carol de Athayde/Divulgação) Brasília Ao final do ato, por volta das 13h, o grupo saiu em caminhada da Assembleia Legislativa até a sede da Governadoria, para um ato simbólico de apoio. 

Na última segunda-feira (16), um grupo de dirigentes do Sindipetro-BA e da Frente Única dos Petroleiros (FUP) conversou com os governadores dos estados nordestinos, inclusive o da Bahia, Rui Costa (PT), em um encontro do Consórcio Nordeste em Natal (RN). “Todos se mostraram favoráveis à presença da Petrobras no Nordeste e ficaram de articular ações com o Congresso Nacional”, explicou. 

Ainda nesta segunda-feira, às 15h, os petroleiros devem se reunir com o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), para discutir sobre o impacto da saída da estatal da capital. “Nossa intenção é fazer algo suprapartidário. Queremos procurar as lideranças políticas do estado para abrir um canal de diálogo com o governo federal e a Petrobras”. Após a reunião com o prefeito, a categoria deve se reunir novamente para fechar o cronograma das próximas ações. 

“Entendemos que, pela influência do prefeito junto ao próprio Congresso, pelo presidente da Câmara (Rodrigo Maia) e do Senado (Davi Alcolumbre) serem do mesmo partido, a gente quer acertar com ele passos conjuntos para uma articulação. Essa saída não é técnica, nem econômica, nem financeira, por isso, estamos fazendo uma forte mobilização política”, completou. 

Participaram do evento o ex-diretor de produção e exploração da Petrobras, um dos responsáveis pela descoberta do pré-sal, Guilherme Estrella; o presidente da Assembleia Legislativa, o deputado Nelson Leal (PP); o senador Jaques Wagner (PT); o coordenador Geral da FUP, José Maria Rangel e do economista e pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (Ineep), William Nozaki.

De acordo com o Sindipetro-BA, a Petrobras tem, hoje, na Bahia, cerca de quatro mil trabalhadores concursados e outros 13 mil terceirizados, divididos em todas as unidades da empresa.

Além da venda da Torre Pituba, também já foi anunciada a venda de unidades como a RLAM, Transpetro, Biodiesel, além de alguns campos terrestres, termoelétricas e o fechamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen).