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Da Redação
Publicado em 30 de novembro de 2022 às 05:00
Os gêmeos João Pedro e João Henrique Lima da Silva, 14 anos, moradores de Vitória da Conquista, no sudoeste do estado, e que desapareceram no último sábado (26), ganharam a estrada com o único objetivo de conhecer o mar de Salvador, onde foram localizados na segunda-feira (28).>
Os jovens, moradores do Copacabana 1, no bairro de Jatobá, foram para a casa da tia, por volta das 8h, a pedido da mãe, mas não chegaram no local. Segundo a Polícia Civil, eles saíram de bicicleta e foram vistos pela última vez na Travessa Jatobá. Na sexta-feira (25), um dia antes do desaparecimento, os meninos foram para a Escola Municipal Professora Edivanda Maria Teixeira, onde estudam, e não deram nenhum indício do que fariam. >
“Foi uma surpresa para todos. Eles nunca fizeram isso”, afirma uma vizinha dos gêmeos, que preferiu não se identificar. >
Conhecidos contaram que os meninos sempre tiveram um comportamento normal e se destacavam por serem assíduos na escola e coroinhas na paróquia da comunidade. “Quando tinha missa, eles iam lá na paróquia. Tudo direitinho. Uns meninos bons, não sei o que deu na cabeça deles”, diz uma moradora. >
De acordo com os relatos, os adolescentes são de origem humilde e costumam ajudar os pais com reciclagem e jardinagem para auxiliar na renda da família. Com o intuito de conseguir a quantia para parte do trajeto até Salvador, eles venderam a bicicleta e usaram o dinheiro da avó. >
Em Feira de Santana, receberam a carona de um caminhoneiro, que os levou até Salvador, onde foram localizados na segunda-feira (28) à noite e enviados para a 3ª Delegacia (Bonfim). A Polícia Civil informou que João Pedro e João Henrique ficaram sob a guarda do Conselho Tutelar, esperando os familiares, que até o início da noite desta terça-feira (29), não haviam comparecido ao local para buscar os meninos.>
Preocupação A mãe dos gêmeos, Maria Clécia Silva Lima, registrou queixa do sumiço dos filhos na Delegacia de Vitória da Conquista e divulgou a foto dos dois nas redes sociais. A imagem repercutiu e fez a vizinhança ficar inquieta. >
“Tomei conhecimento do desaparecimento dos garotos no domingo de manhã, porque todo mundo começou a compartilhar. Chegamos a pensar que poderia ter sido alguma revolta, desobediência ou agressão física que fizeram eles saírem de casa. A apreensão era grande. Nós não tínhamos ideia de que eles estariam tão longe”, conta uma moradora. >
O medo da família e dos conhecidos passou a ser de não encontrar os garotos com vida. Ainda assim, o sentimento não os paralisou, e muitos conquistenses foram para as ruas e estradas em busca do rastro dos gêmeos. >
“Foi uma coisa muito absurda. Ficamos aliviados por eles estarem vivos, sãos e salvos, mas, por outro lado, ficamos imaginando a falta de preocupação por parte deles com a família. É um mix de sentimentos”, resume a moradora. >
O CORREIO não conseguiu falar com a família.>
*Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo>