Coronavírus: bares e restaurantes não são obrigados a fechar; prefeitura não descarta medida

Novas determinações de combate ao coronavírus foram divulgadas nesta terça-feira (17)

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  • Gabriel Amorim

Publicado em 17 de março de 2020 às 15:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arisson Marinho/ARQUIVO CORREIO

Bares e restaurantes de Salvador ainda não serão fechados por determinação de prefeitura, informou o prefeito da capital, ACM Neto, nesta terça-feira (17). A medida, no entanto, não foi descartada pela prefeitura, que anunciou novas posições de combate ao coronavírus e à proliferação de casos da Covid-19. A gestão municipal segue acompanhando e deve dar orientações diárias das determinações sobre o enfrentamento à pandemia. 

Depois de determinar a suspensão das aulas por 15 dias a partir dessa quarta-feira (18) e ordenar o fechamento de cinemas e academias pelo mesmo período, a prefeitura ainda estuda a possibilidade de estender a orientação para bares e restaurantes. A medida, no entanto, ainda não foi definida, segundo o prefeito. 

“Nesse momento, ainda não é o caso de determinar o fechamento de bares e restaurantes. Mas, se for preciso, nós vamos fazer. Como aconteceu em outros lugares do mundo, pode acontecer em Salvador”, disse o gestor municipal, durante a entrega de uma Unidade de Saúde da Família, em São Gonçalo do Retiro, nesta terça.

Ainda segundo Neto, a prefeitura entende os impactos econômicos das medidas de fechamento dos estabelecimentos, mas tem como prioridade cuidar da saúde da população. Dados da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio Ba) apontam que, caso todo o comércio não essencial (excluindo farmácias e supermercados) precise fechar as portas, o prejuízo estimado é de R$ 108 milhões a cada dia de impossibilidade de faturar. “É claro que entendemos os impactos, e é por isso que esses estabelecimentos ainda não foram fechados, mas se for preciso serão fechados. Porque à frente do impacto na economia está a preservação da vida das pessoas. A nossa prioridade é cuidar da vida das pessoas, Nós sabemos os impactos na economia e vamos ter que estar unidos com os setores mais afetados para que eles possam superar mais rapidamente os efeitos dessa crise, mas nossa prioridade é a saúde pública”, declarou o prefeito. Shoppings  ACM Neto falou, ainda, sobre a situação dos shoppings centers na capital. Segundo ele, os centros de compras de Salvador estão reunidos nesta terça, e em diálogo com a prefeitura. Medidas podem ser anunciadas em breve, disse.  

“Poderá ser uma medida adotada nos próximos momentos, a redução dos turnos de funcionamento. Tudo com a devida cautela, com toda atenção, cuidado e serenidade que a situação exige, A prefeitura vem, desde o final de semana, adotando medidas restritivas. Ninguém fica feliz em adotar essas medidas, mas são necessárias. A gente espera contar com a compreensão e apoio do cidadão. Nós não vamos deixar de tomar nenhuma decisão necessária, mesmo que isso implique em novas restrições”, declarou Neto.

Independente de como ficarão os estabelecimentos comerciais nos próximos dias, o prefeito fez um pedido à população: para que permaneça em casa e só saia se for inevitável.“Peço que todos fiquem em casa, por favor, preferencialmente só saiam quando realmente for necessário, para o trabalho, tomando todos os cuidados. A prefeitura vem fazendo um esforço para estar presente para dar a resposta necessária. Mas a prevenção exige atenção máxima, um comprometimento diário por parte do cidadão”, pediu o gestor. Novas ações Nesta terça feira (17), a prefeitura já anunciou um novo pacote de medidas para enfrentar o coronavírus. Entre as novas determinações, o município disponibiliza cestas básicas para os alunos da rede municipal, que ficarão sem aula a partir desta quarta-feira (18), por pelo menos 15 dias. 

"Será uma cesta básica por aluno, por mês, para suprir a ausência da merenda escolar”, explicou Neto. Além das cestas, atividades didáticas devem ser planejadas pelos profissionais de educação para serem realizadas em casa pelas crianças durante o período sem aulas.

Outras medidas, como a limitação do número de passageiros no Elevador Lacerda e no Plano Inclinado da Liberdade, a suspensão da obrigação de utilização de ar-condicionado pelos taxistas, higienização dos ônibus e metrô e proibição de viagens dos servidores municipais para exterior, São Paulo e Rio de Janeiro, bem como o trabalho remoto de servidoras gestantes, foram anunciadas pela gestão municipal.

*Com orientação da subeditora Fernanda Varela