Corpo de quarta vítima é retirado de escombros em Pituaçu

A vítima é mãe das duas crianças que morreram no incidente

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  • Da Redação

Publicado em 13 de março de 2018 às 13:31

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO

Rosemary com os filhos Arthur e Robert, vítimas da tragédia (Foto: Reprodução/Carol Aquino/CORREIO) O corpo de Rosemary Pereira, 34 anos, foi retirado dos escombros de um imóvel de quatro pavimentos que desabou em Pituaçu na tarde desta terça-feira (13). Quatro pessoas morreram - além de Rosemary, estão entre as vítimas fatais os filhos dela, Arthur, 1 ano, e Robert de Jesus, 12 anos, e o irmão dela, Allan Pereira de Jesus, 31. Após o resgate dos quatro corpos, as buscas foram encerradas.Três pessoas que estavam no local conseguiram ser resgatadas com vida.

O pedreiro Joselito Santana, 41 anos, é vizinho da família. Ele contou que estava em casa, com a esposa e os quatro filhos, quando ouviu o barulho do imóvel ruindo. "Eu ouvi o estrondo e meu menino correu para a janela, para ver o que estava acontecendo. Ele me disse 'meu pai, a casa caiu'. Eu levantei e abri a porta. Na mesma hora outro vizinho já ia saindo de casa. Foi uma correria.  A gente correu para o local, para fazer o resgate, e outros vizinhos começaram a gritar e foi todo mundo descendo", contou. Arthur e Robert dormiam no andar térreo com a mãe (Foto: TV Bahia) Ele explica que o imóvel que desabou foi erguido por Alex Pereira de Jesus, 29, irmão de Rosemary e Allan. No primeiro pavimento viviam Rosimeire, com os dois filhos e  Allan. Ela não trabalhava e vivia da pensão que recebia do ex-marido, pai dos meninos, e Allan trabalhava como ajudante de pedreiro. No segundo e terceiro piso viviam Alex com a esposa e a filha. Todos foram resgatados com vida.

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Alex teve ferimentos na testa, cabeça e tem dores abdominais. Ele, a filha Sabrina Bispo de Jesus, 11 meses, e a mulher, Rosângela Santana, estão no Hospital Geral do Estado (HGE).

A tragédia que atingiu a família Pereira também paralisou o bairro. Muitos vizinhos que haviam saindo para trabalhar no início da manhã retornaram para casa depois que souberam da notícia. A rua, geralmente tranquila na semana, estava movimentada na manhã desta terça. Moradores se aglomeraram e fizeram das janelas arquibancadas para acompanhar o trabalhos dos bombeiros. Dois carros dos bombeiros, duas ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), viaturas da Polícia Militar e diversos carros dos agentes da prefeitura davam o sinal de que essa manhã era atípica na comunidade de São João.

Construção irregular O diretor da Defesa Civil de Salvador (Codesal), Sosthenes Macedo, afirmou na manhã desta terça-feira (13) que o imóvel de quatro pavimentos que desabou na Rua Alto de São João, em Pituaçu, foi construído de forma irregular. No desabamento, quatro pessoas morreram. Seis casas vizinhas foram isoladas - uma delas foi parcialmente demolida para facilitar o trabalho de resgate.

"Esse não é um local de escorregamento de terra. Trata-se de uma construção irregular. Ou seja, há um risco construtivo. Pelo o que a gente apurou era uma edificação de quatro pavimentos: sotão, térreo, primeiro andar e cobertura. Isso certamente pode ter pesado nesse período de chuvas e ter acontecido esse desabamento", afirma. 

Nas últimas 12 horas, choveu metade do previsto para todo mês de março. "Chegamos a 108 mm na região de Plataforma. Isso gera um sobrecarregamento nos taludes e em construções irregulares. Percebemos que as construções são realizadas sem a técnica devida, o que gera essa sobrecarga do peso. Nossa equipe está fazendo avaliação para verificar se outros imóveis correm risco de desabamento", detalhou Sosthenes. 

Juliana Portela, diretora da Proteção do Social da Secretaria Municipal de Promoção Social, Esporte e Combate à Pobreza (Semps), afirmou que as pessoas que moram ao lado do imóvel atingido serão retiradas e levadas para outras áreas, caso a Defesa Civil identifique a necessidade de evacuação da área. "Já existem quatro casas que vão ser demolidas, que de imediato vão ser demolidas. Eles vão receber auxílio moradia e emergência. O primeiro de R$ 300 e o segundo vai de um até três salários, depende da avalição das perdas", afirmou Juliana.Equipes da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur) e da Limpurb também estão no local.