CORREIO recebe prêmio internacional por 65ª matéria mais lida do mundo

Reportagem sobre morte da ex-caloura mirim Yasmim Gabrielle ficou no Top 100 mundial de 2019 da Chartbeat

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  • Da Redação

Publicado em 2 de março de 2020 às 18:25

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Betto Jr/CORREIO

As jornalistas do CORREIO Fernanda Varela e Naiana Ribeiro receberam, nesta segunda-feira (2), um reconhecimento internacional inédito. Uma matéria escrita pelas duas, no dia 21 de abril de 2019, entrou no top 100 de reportagens com maior audiência do mundo de 2019, segundo a Chartbeat, principal plataforma de inteligência de conteúdo para editores. Essa é a primeira vez que um veículo da Bahia entra no ranking.

Entre 54 milhões de matérias medidas, o CORREIO ficou na posição 65, com uma reportagem sobre a morte da jovem Yasmim Gabrielle, do Programa Raul Gil, aos 17 anos. O estudo The Most Engaging Stories of 2019 (As Histórias Mais Envolventes de 2019, em tradução livre) da Chartbeat é feito pelos minutos totais de leitura que cada texto teve e inclui milhares de sites do mundo inteiro, mais de 100 só na América Latina.

A reportagem sobre a tragédia envolvendo a ex-caloura mirim publicada pelo CORREIO teve 5,8 milhões de minutos de interação. Só em 2019, o link teve mais de 5,5 milhões de visualizações (pageviews) - tornando-se a reportagem mais lida da história do site do jornal.

O texto vencedor, intitulado What Really Happened to Malaysia’s Missing Airplane (O que realmente aconteceu com o avião desaparecido da Malásia), publicada pela revista americana The Atlantic, teve 30,6 milhões de minutos de interação. 

Ao todo, 26 sites estão no ranking de histórias mais envolventes de 2019. O CORREIO foi o único portal local - todos os outros são de alcance nacional ou mundial. Além do jornal, só mais dois veículos latino-americanos aparecem na lista - o portal G1, que ficou em 54º com uma matéria sobre o adeus a Gugu Liberato, e o Infobae, da Argentina, que ficou em 66º com a história de um bebê dado como morto que sobreviveu. 

O editor do site do CORREIO, Wladmir Pinheiro, comentou o resultado inédito e ressaltou que a história chamou atenção de todo o país, servindo ainda de motivação para outras reportagens e análises de interesse público. Destacou ainda a importância do jornalismo para pautar assuntos como o suicídio.

"Essa matéria foi apenas o gancho para outras reportagens sobre depressão e outras doenças mentais naquela semana. O alto engajamento com a notícia mostra a importância de tratar com cuidado de um tema tão delicado e, do ponto de vista jornalístico, mostra a força do jornalismo local em pautar assuntos de relevância como esse", destaca.

Já Fernanda ressaltou a importância de não ignorar assuntos que, de modo geral, são deixados de lado pelo jornalismo. 

"O caso chamou a atenção por se tratar de alguém muito jovem e que, desde cedo, estava na televisão. Sei que é delicado abordar temas dessa natureza, mas o jornalismo pode e deve encarar que o suicídio é uma coisa que existe e afeta milhares de jovens. Essa matéria serviu para a produção de muitos outros conteúdos inclusive com serviços de como buscar ajuda. Ignorar que depressão e suicídio existem, para mim, nunca será a melhor forma de lidar com o tema", pontua a subeditora.

Naiana, repórter que redigiu a matéria, lembra que a notícia do suicídio de Yasmim estava circulando nas redes sociais e foi necessário checar a informação com amigos e familiares da artista antes de publicá-la.

Com a confirmação da morte, a repórter precisou seguir ainda as instruções da Organização Mundial da Saúde (OMS) em relação a casos envolvendo suicídio. O CORREIO, então, foi o primeiro veículo a noticiar a morte.

"Com a necessidade de publicar notícias o mais rápido possível, o processo de apuração em jornalismo teve seu tempo hábil de produção reduzido ao máximo. Mas a apuração é uma etapa imprescindível no processo jornalístico. É gratificante ser reconhecida pelo trabalho ágil, cuidadoso e sensível, mas lamento que tenha sido pela morte de alguém. É uma questão de saúde pública e precisamos falar sobre isso. Foi importantíssimo ver as discussões geradas a partir desse tema, como saúde mental, ansiedade, depressão, entre outros", ressalta.