Corretores conectados: seminário destaca redes sociais como aliadas da profissão

Creci-Ba realizou o evento nesta sexta-feira (9); veja dicas

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  • Yasmin Garrido

Publicado em 9 de novembro de 2018 às 16:51

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Evandro Veiga / CORREIO

Corretor de imóveis há apenas um ano e há 30 na construção civil, o engenheiro Eduardo Barbosa já percebeu como são as regras atuais do mercado imobiliário. “Apesar de ter iniciado a carreira em um momento de crise, eu já consegui enxergar a minha oportunidade: as redes sociais”.

E foi nesse clima de conexão que o Conselho Regional de Corretores de Imóveis da Bahia (Creci-BA) organizou a 4ª edição do Seminário Imobiliário 2018, que aconteceu nesta sexta-feira (9), no Hotel Fiesta, no Itaigara, em Salvador. O evento, segundo a organização, reuniu cerca de 1.000 corretores e profissionais do setor.

De acordo com o presidente do Creci-BA, Samuel Arthur Prado, é impossível falar em exercício da profissão de corretor de imóveis sem mencionar a ajuda do ambiente digital. “O corretor é uma profissão milenar, apesar de só regulamentada por lei federal em 1962. Dessa forma, não tem como o profissional não acompanhar as mudanças trazidas pela era digital”, afirmou. Samuel Arthur Prado, presidente do Creci-BA (Foto: Evandro Veiga / CORREIO) Ainda segundo o presidente, “nunca se observou tão fortemente a potência das redes sociais como nas últimas eleições”. Pensando nisso é que o Creci-BA, em parceria com outras instituições do setor imobiliário e arquitetos, organizou o seminário para permitir que os profissionais se atualizem numa profissão, que, para Samuel Prado, jamais vai deixar de existir.

“Eu tenho 40 anos como corretor, mas nunca deixei de me atualizar. Quem não tiver essa preocupação vai acabar perdendo espaço no mercado. A ideia do tema [Conexões] foi do arquiteto e amigo Antônio Caramelo e nós, do Creci-BA, abraçamos e colocamos em prática, em razão da relevância”, destacou.

O presidente do conselho, Samuel Prado, também ressaltou que, como outras profissões, a exemplo do jornalismo e da arquitetura, os corretores vão continuar ativos no mercado, “implementando, apenas, novas técnicas ao exercício da atividade. É preciso se refazer, se reinventar para acompanhar as mudanças”.

Dicas Membro do Conselho Federal de Corretores de Imóveis, Kátia Cubel aponta que, ao levar em consideração os números da população conectada no Brasil e no mundo, não há mais espaço para aqueles que não se atualizam. “Hoje, você está fora do planeta se não estiver presente nas redes sociais”, destacou. Eduardo Barbosa assistiu atento às palestras (Foto: Evandro Veiga / CORREIO) Dados da Anatel apontam que, até o final de setembro de 2018, existiam 234,3 milhões de celulares no país, o que corresponde a 111,84 aparelhos a cada grupo de 100 mil habitantes. Diante disso, Kátia Cubel afirmou que “a principal dica a ser dada aos corretores de imóvel é que mantenham uma relação de amizade e cautela com as redes sociais”.

“É importante que o corretor de imóveis saiba ser o gestor do próprio negócio e, hoje em dia, isso é muito simples. Ele precisa aprender a otimizar as funções”, contou ela ao CORREIO. De acordo com Kátia, a rede social ideal para esse tipo de troca entre profissional e cliente é o Facebook. 

Em julho deste ano, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Facebook atingiu a marca de 127 milhões de usuários mensais no Brasil, o que o torna a rede social de maior adesão no país. Os números superam, inclusive, os do aplicativo de mensagens Whatsapp, que tem 120 milhões de usuários no país.

“Diferente do que muita gente pensa, atrás do Facebook aparece o Youtube e não o Instagram. A rede social que permite o compartilhamento de vídeos já possui 98 milhões de usuários mensais no país, contra 50 milhões do outro aplicativo”, destacou.

Mas Kátia Cubel ressaltou a dificuldade de manter um bom relacionamento dentro das redes sociais, sendo necessário, segundo ela, obedecer a algumas regras de etiqueta na internet. “A primeira coisa a ser feita é ter consciência de que aquela rede social é profissional e, por isso, é inaceitável que conteúdos pessoais sejam prioridade”.

No entanto, ainda de acordo com ela, “até para manter um relacionamento mais estreito com o cliente, fotos pessoais são permitidas, desde que com cautela, ou seja, em eventos do setor, palestras e reuniões. Nada de foto com copo de bebida alcoólica nas mãos ou trajando roupa de banho”.

Luís Gonçalves é corretor há 15 anos e reconhece que o mercado está bem diferente. “Passamos por crises e fases. A fase atual é totalmente digital e eu preciso me atualizar para não ficar esquecido. Não tem mais como sobreviver acreditando que o cliente vai buscar uma imobiliária e o corretor apenas. Nós precisamos ser vistos e o cartão de visita no papel não é mais suficiente”, destacou. 

Aumento O Creci-Ba apontou que há 10 anos, em 2008, existiam 7 mil inscrições ativas de corretores de imóveis na Bahia e o número dobrou, chegando à marca de 14 mil em 2018. O órgão atribui o aumento à maior qualificação que os profissionais têm buscado ao longo da década.

De acordo com o Conselho, o tempo de formação de um corretor de imóveis era de apenas 3 meses, por meio do curso Técnico em Transação Imobiliária (TTI). No entanto, o mesmo curso agora tem duração de 1 ano, o que garante ao profissional uma formação em Gestão em Negócio Imobiliário.

Ainda segundo o órgão, 50% dos corretores de imóveis na Bahia têm formação superior, sendo que, deste total, 42% são mulheres. Desta forma, além de buscar mais qualidade na formação, um corretor com curso superior passa mais confiança ao consumidor.

No Brasil, segundo Kátia Cubel, existem 340 mil registros ativos, além de cerca de 40 mil agências. Os números mostram que a Bahia detém 5% dos profissionais na área do país.

Maria das Graças Freitas, corretora há 6 anos, tem confiança que o mercado vai voltar a se aquecer após a crise que assolou o país nos últimos anos. “A gente na Bahia passou por um boom imobiliário em meados de 2013, mas logo depois o mercado esfriou. Agora, eu tenho certeza que as coisas vão retomar os ânimos. E eu preciso estar preparada para enfrentar esse momento proveitoso, buscando sempre me atualizar e incorporar as redes sociais e o meio digital à minha função”, disse.

Fiscalização O Creci-Ba reconheceu que a fiscalização do exercício ilegal da profissão é tarefa difícil, em razão de algumas empresas de corretagem terem como prática a contratação de funcionários que não possuem registros. Segundo o órgão, eles atuam na mediação entre o cliente e o imóvel, apesar de não terem formação para o exercício da profissão.

Mesmo com toda a dificuldade, além do aumento expressivo do exercício legal e regulamentado da profissão, o número de autuações também tem aumentado, segundo dados do Portal da Transparência do Creci-BA. Em 2016, foram 179 pessoas autuadas contra 190 no ano passado - um aumento de quase 7%.

Em contrapartida, o número de notificações (por outros motivos) caiu, passando de 682 para 573, uma variação negativa de 16%. O Creci-BA vê os resultados como positivos, uma vez que “mostram que a profissão regular é a regra no estado, garantindo maior segurança tanto ao profissional quanto ao consumidor”.

Perfil do corretor Segundo levantamento feito pelo Conselho Federal de Corretores de Imóveis, no universo de corretores de imóveis no Brasil, mais de 20% é composto por mulheres, sendo que elas preferem atuar em corretoras a trabalhar de forma autônoma. Ainda de acordo com o estudo, a maior parte dos profissionais de corretagem tem entre 46 e 55 anos.

A 4ª edição do Seminário Imobiliário 2018 foi realizado pelo Creci-BA e Sistema COFECI/Creci, com o apoio institucional da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi), Sindicato da Habitação (Secovi), Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon), Senai Cimatec e apoio de mídia do Jornal Correio*, da TV Bahia e da Rádio GFm. O encontro foi patrocinado pela Caixa Econômica Federal.

Veja dicas de como usar as redes A membro do Cofeci, Kátia Cubel, deu cinco dicas aos corretores de como utilizar as novas ferramentas oferecidas pelas redes sociais. Confira:Prestar atenção no público-alvo e agir conforme às necessidades deles. Disponibilizar tempo diário para alimentar as redes sociais (excluindo dessa lista o Whatsapp). Prestar atenção no conteúdo das mensagens e na ortografia, além de evitar textos repetitivos. É importante que cada rede tenha um conteúdo adaptado. Nem sempre quantidade é sinônimo de qualidade. É importante fazer publicações que ofereçam alguma coisa ao cliente. Nunca ‘mais do mesmo’. É recomendado interagir com perfis semelhantes aos que executa. Se fazer visto é fundamental para o sucesso da atividade. Onde buscar cursos de corretagem na Bahia

INET Telefone: (71) 3242-0929 Mais informações: www.inet.edu.br

SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial Polos: Salvador, Camaçari, Feira de Santana, Santo Antônio de Jesus, Porto Seguro e Vitória da Conquista. Telefones: (71) 3111-6726 / 3111-6728 Mais informações: www.ead.senac.br

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CENTRO TECNOLÓGICO CETASS (Alagoinhas) Telefone: (75) 3421-5106 Praça Barão do Rio Branco, 59 – Centro

INTERFACE – (Feira de Santana) Telefone: (75) 3021-2211. Rua Professor Fernando São Paulo, nº 70 – Empresarial JB – sl. 100 – Ponto Central

*Com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier