Costureiras produzem máscaras em projeto da Ford e Aldeias Infantis

Elas foram contratadas para produzir 20 mil máscaras que serão doadas à população

Publicado em 28 de agosto de 2020 às 15:12

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

Como muitas pessoas, as costureiras de comunidades carentes tiveram seu trabalho prejudicado pela pandemia. Mas um grupo de profissionais da Bahia e de São Paulo conseguiram gerar renda atrás de um projeto chamado Costura Solidária.

Com apoio do Ford Fund, braço filantrópico da montadora Ford, e da organização humanitária Aldeias Infantis SOS, elas receberam apoio para produzir 20 mil máscaras, que serão doadas à população, como forma de prevenção ao coronavírus.

Uma das costureias apoiadas pela iniciativa é a baiana Maria Gama, 38 anos, moradora de Camaçari. Casada e mãe de dois filhos, ela realizou o sonho de se tornar costureira depois de participar de um programa da Ford, em parceria com o Projeto Axé, que capacitou mais de 500 mulheres ao longo de cinco anos. Maria montou um ateliê e chegou a dar aulas de costuras no seu bairro. Agora, está sendo apoiada novamente.

“Estou muito feliz fazendo as máscaras e, mais para frente, quero voltar a dar aulas de costura. Não podemos abaixar a cabeça para as dificuldades”, diz Maria, que conta com a ajuda do filho Tiago Santos da Conceição, 20, nesse trabalho. Maria, de Camaçari, é uma das costureiras beneficiadas (Foto: Divulgação) Maria lembra que desde os 7 anos tinha vontade de aprender a costurar, vendo a avó na máquina, que trancava o quarto e escondia a chave. Mais tarde, trabalhou como faxineira em um ateliê de costura para poder aprender a profissão. No curso de mochilas ecossustentáveis da Ford em parceria com o Projeto Axé, ela aprimorou sua técnica e também passou a dar aulas.“Promovi um desfile de moda para que as minhas alunas pudessem ter a oportunidade que eu não tive quando era criança”, conta. “É um trabalho maravilhoso. Tudo o que aprendi coloquei em prática e vi esse fruto crescer. É um dom de Deus”, completa.Cadeia de solidariedade Para participar do projeto, foram selecionadas mulheres de baixa renda em condição de vulnerabilidade que já trabalhassem como costureiras e que pudessem produzir em casa.

São dez mulheres da zona Norte de São Paulo, da comunidade de imigrantes bolivianos, e dez da Bahia, que já participaram do Projeto Axé e do Cesa (Núcleo de Arte Educação do Centro Educacional Santo Antônio), que produzem figurinos para as apresentações de teatro da instituição.

A Aldeias Infantis distribui o tecido cortado e os materiais para a produção, que é remunerada com um valor acima do mercado. A proposta é que cada costureira produza mil máscaras. A instituição também irá distribuir as máscaras para as comunidades e instituições locais, que farão o repasse para a população.“Com o projeto Costura Solidária, estamos criando uma cadeia de solidariedade para combater tanto a pandemia, com a doação de máscaras, como os seus efeitos na população de baixa renda”, diz Roberta Mädke, gerente de Responsabilidade Social da Ford.“A ação foi inspirada na iniciativa de um grupo de empregadas da Ford em Camaçari, que produziu e doou 1.500 máscaras para comunidades e instituições da região”, afirma.

O projeto inclui também a participação de empregados voluntários da Ford, que mediante interesse e habilidade para costura, poderão ter acesso a kits com tecido, linha, elástico e instruções para a produção de 10 máscaras em casa, ampliando o total a ser doado para as participantes.