Covid-19 na Bahia: prefeituras e governo darão benefício de R$ 500 para infectados

Auxílio será destinado a pessoas que aceitarem se isolar em abrigos. Em Salvador, são três centros de acolhimento: no Parque de Exposições e nos bairros do Rio Vermelho e Itapuã

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  • Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2020 às 17:59

- Atualizado há um ano

. Crédito: Mateus Pereira/GOVBA

O governo da Bahia anunciou, nesta quinta-feira (7), que dará um benefício de R$ 500 para pacientes infectados por coronavírus que aceitarem ser encaminhados para centros de acolhimento no estado. Em Salvador, já existem três unidades, que ficam no Parque de Exposições e nos bairros do Rio Vermelho e Itapuã. Conforme anunciou o governador Rui Costa, a medida deverá ser aplicada em outras cidades da Bahia, como Ilhéus e Itabuna, ambas no Sul do estado.

As unidades são destinadas para pessoas em situação de vulnerabilidade social que moram em residências pequenas, mas possuem uma família numerosa. Na capital baiana, os internados já recebem, como auxílio do governo, duas cestas básicas pelo período em que permanecerem internados."Estou preparando um projeto de lei para que, além das cestas básicas, possamos dar o benefício para quem aceite ficar na unidade de acolhimento e monitoramaneto da condição clínica e de saúde, porque lá temos médicos enfermeiros, se mede temperatura, oxigênio, monitora o quadro clíninco. As pessoas que aceitarem voluntariaamente ir para essas unidades, nós vamos pagar um auxlio de R$ 500", afirmou o governador Rui Costa em coletiva de imprensa online. De acordo com o gestor estadual, o auxílio será limitado a mil pessoas por munícipio para impedir que pessoas se infectem propositadamente para ter acesso ao recurso. Se a cidade não tiver mil casos registrados, o teto de concessão do benefício será o número de casos ativos. Conforme o governador explicou na coletiva, o valor não será solicitado por meio digital. Quem tiver diagnóstico positivo e se voluntariar para o tratamento nos abrigos poderá pedir o auxílio quando já estiver acolhida na unidade através de um cadastro feito pelas secretarias municipais de saúde de cada prefeitura.

"O estado vai pagar metade do auxílio e os municípios a outra metade. Isso pode se transformar num instrumento rápido da retenção da cadeia sucessória do vírus. Queremos limitar a oferta para não criar uma falsa ilusão. Essa é uma estrategia para segurar o atual nível de contaminação. Hoje mesmo envio o projeto de lei", afirmou.

Serão três centros de acolhimento em Salvador. O primeiro deles, no Parque de Exposições, tem capacidade para receber 300 pessoas. O segundo, no prédio em que ficava a faculdade Ruy Barbosa, no bairro do Rio Vermelho, deve ser aberto na próxima semana e poderá ter até mil pacientes. O terceiro ficará no antigo prédio da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), no bairro de Itapuã, com capacidade para 300 pessoas.

“Nesses locais, iremos atender a população mais carente, em especial aquelas pessoas que vivem com muitos familiares em um espaço pequeno e que podem contaminar os membros de sua família, e potencializar a disseminação da doença. As pessoas em situação de rua também serão recebidas e acolhidas”, explicou o governador Rui Costa.

Os pacientes também receberão as três refeições nos locais em que estiverem internados. O acolhimento será realizado via unidade de saúde. A pessoa de baixa renda diagnosticada com coronavírus poderá requisitar na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou no hospital a transferência para um dos três centros.

O governador alertou que na Bahia existem cerca de 3 mil pessoas com o vírus ativo, ou seja, que ainda não estão curadas e que, portanto, têm potencial de transmitir o agente infeccioso para outras. "Se conseguirmos ter a garantia de que essas pessoas não estão contaminando outras, conseguiríamos reduzir significamente a curva de casos", disse Costa.