CPI aprova quebra de sigilos de Pazuello, Ernesto Araújo e mais; veja lista

Ficaram de fora Carlos Bolsonaro, filho do presidente, e médica Nise Yamaguchi

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  • Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2021 às 13:53

- Atualizado há um ano

. Crédito: Jefferson Rudy/Ag Senado

A CPI da Covid aprovou nesta quinta-feira, 10, a quebra do sigilo telefônico de pessoas ligadas ao presidente Jair Bolsonaro e integrantes de suposto "gabinete paralelo" que assessorou o chefe do Planalto incentivando o discurso antivacina e favorável ao tratamento precoce. A aprovação das medidas teve reação contrária de aliados de Bolsonaro e pode reforçar as provas da responsabilidade do governo federal no descontrole da crise.

A CPI quer acessar informações telefônicas, como ligações realizadas e recebidas, e telemáticas, como dados de acesso e troca de mensagens. Entre os alvos, estão os ex-ministros Eduardo Pazuello (Saúde) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores). Integrantes do gabinete paralelo também terão os dados acessados, como o médico Paulo Zanotto.

Além disso, a CPI da Covid aprovou a quebra do sigilo do auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Alexandre Marques, autor de um estudo paralelo que questionou o número de mortes por covid-19 no País e foi usado por Bolsonaro, sendo desmentido pelo próprio TCU.

Os integrantes da comissão deixaram de fora os requerimentos para quebrar o sigilo telefônico do vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, e de outros aliados do presidente da República, como a médica Nise Yamaguchi. O presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM), argumentou que adotaria a medida apenas para pessoas envolvidas em atos investigados objetivamente pela CPI.

A comissão também decidiu abrir os sigilos bancário, fiscal, telefônico de três empresas de comunicação que prestaram serviços para o governo federal: EPR, Calya/Y2 e Artplan. Os dados que a CPI terá acesso envolvem informações do início da pandemia, em 2020, até o momento.

Governistas tentaram evitar a votação dos requerimentos apresentando argumentos regimentais e legais, mas foram derrotados. "Quem está perdendo aqui é o Brasil", disse o senador governista Marcos Rogério (DEM-RR). A reação veio em seguida, quando integrantes da oposição apresentaram o número de mortos pelo novo coronavírus no País. "480 mil vidas, rapaz", afirmou o presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM).

A CPI aprovou duas novas convocações e deve ouvir o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, e o ex-secretário-executivo do Consórcio Nordeste Carlos Gabas. A intenção é coletar informações sobre o repasse de recursos federais para Estados e municípios e apurar eventuais desvios cometidos por prefeitos e governadores - uma demanda de integrantes do governo na investigação.

Foi aprovada a transferência do sigilo telefônico e telemático de:Filipe Martins, assessor internacional da Presidência da República; Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores; Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde; Carlos Wizard, empresário; Zoser Hardman, ex-assessor especial do Ministério da Saúde; Túlio Silveira, representante da Precisa Medicamentos; Paolo Zanotto, biologista; Marcellus Campêlo, ex-secretário de Saúde do Amazonas; Luciano Dias Azevedo, médico; Hélio Angotti Neto, Secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde do Ministério da Saúde; Francisco Ferreira Filho, Coordenador do Comitê da Crise do Amazonas; Francisco Emerson Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos; Francieli Fontana Fantinato, coordenadora do Programa Nacional de Imunização (PNI); Flávio Werneck, ex-assessor de Relações Internacionais do Ministério da Saúde; Antônio Elcio Franco Filho; ex-secretário Executivo do Ministério da Saúde; Camile Giaretta Sachetti, ex-diretora do departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde; Arnaldo Correia de Medeiros, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde; Alexandre Figueiredo Costa e Silva Marques, auditor do Tribunal de Contas da União (TCU); Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde; Empresa PPR – Profissionais de Publicidade Reunidos; Calya/Y2 Propaganda e Marketing; Artplan Comunicação; Também foi aprovada a transferência do sigilo bancário e fiscal de:Associação Dignidade Médica de Pernambuco; Empresa PPR – Profissionais de Publicidade Reunidos; Calya/Y2 Propaganda e Marketing; Artplan Comunicação;