Crianças comemoram 50 anos da viagem à Lua com corrida de foguetes de garrafa pet

Em atividade do Acbeu, pequenos puderam confeccionar os próprios foguetes

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  • Da Redação

Publicado em 31 de agosto de 2019 às 15:44

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Tiago Caldas/CORREIO
Meninos e meninas montaram foguete com garrafa pet por Foto: Tiago Caldas/CORREIO

Sem motores de alta potência ou capacidade para tripulantes, como dispunha o Saturno V - foguete usado no Apollo 11, voo espacial que estreou a chegada do homem à lua -, uma turma de 15 crianças e adolescentes da Associação Cultural Brasil (Acbeu) do Senai Cimatec, em Piatã, tem a receita para voar: garrafa pet, bicarbonato de sódio e vinagre.

As meninas e meninos colocaram a mão na massa e, neste sábado (31), realizaram uma corrida de foguetes para comemorar os 50 anos da passagem dos astronautas Neil Armstrong e Buzz Aldrin à lua, além dos 60 anos na National Aeronautics and Space Administration (Nasa), agência do governo federal dos Estados Unidos responsável pela pesquisa e desenvolvimento de tecnologia e programas de exploração espacial.

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No caso dos alunos do grupo, a exploração foi feita por meio do desafio de projetar e construir os próprios foguetes com materiais acessíveis e de fácil manuseio. O processo de construção foi uma aposta executada dentro do conceito de atividades maker [Faça-Você-Mesmo ou, em inglês, Do-It-Yourself (DIY)  ], de acordo com o Acbeu, para estimular que o aluno desenvolva sua própria capacidade de identificar problemas, estudar nuances e propor soluções.

Na fase de testes dos foguetes, o estudante Arthur Soares, 10 anos, pontuou possíveis motivos para a falha do voo do foguete representante da sua equipe, uma das quatro participantes. Sem pensar muito, admitiu: "Nosso cone não estava bom, acabou ficando amassado", disse. Em seguida, completou: "Um outro problema foi que nós colocamos pouco vinagre, e aí ele não subiu mesmo".

Passos do voo Um dos mais empolgados, Arthur colocou em prática os ingredientes a mais, e o resultado garantiu o voo. O que possibilitou a resolução da deficiência do foguete, explica a gestora de Educação Maker do Acbeu, Paula Cavalcanti, foi a capacidade que o menino desenvolveu durante os ensinamentos, estruturados à base do estímulo de perguntas.

"Nossa aula teórica não é uma coisa onde a gente fala e eles executam, isso não existe. Nós estimulamos eles a provocar perguntas que necessitam de respostas. No caso dos foguetes, chegamos, juntos, à conclusão de que o vinagre e o cloreto de sódio, junto, depois de uma reação química, traria tal resultado", disse, ao relacionar a atividade com o "design das coisas"."Nós entendemos que tudo o que vivemos, as coisas, o sistema, está relacionado com o design. Então, nós buscamos esse olhar por parte deles, sensibilizar para um novo olhar", argumenta a professora, que faz toda a orientação às crianças e adolescentes em inglês. Os que não têm fluência, no entanto, também podem participar da atividade, garante.Paula, que acompanhou todo o processo dos protótipos de foguete, das falhas e correções ao voo com êxito, vibrou e parabenizou os meninos e meninas a cada nova tentativa: "Great job, guys!", ou, em tradução livre: "Bom trabalho, pessoal", dizia às crianças, em polvorosa.

Para além da construção do foguete, e da realização ao vê-lo voar, a experiência ainda inspirou a estudante Laura Heinz Cruz, 9, a um pouco mais: "A gente constrói o foguete e já é divertido. Mas quando vejo ele no ar, eu fico feliz porque sinto vontade de voar também".